Foi por puro acaso: sábado passei na porta da Gamela, entrei, dei de cara com os biscoitinhos alemães, comprei, mordi e viajei.

De repente, eu estava de novo no apartamento calorentíssimo na 204 Sul, bloco K, poente frontal no sexto andar, onde todo o sol do mundo invadia as tardes de brincadeiras e deixava mornas as paredes da sala até quando a noite já ia alta.

De repente, eu estava no meio das brincadeiras de casinha, de escolinha, de escritório, de clubinho, de tribo indígena, de Thundercats, de bruxa e de Romeu e Julieta, de repente eu estava andando de patins ou brincando de esconde-esconde, ou brincando de quatro cantos, ou lendo quadrinhos da Turma da Mônica.

De repente, eu estava fugindo pra casa da minha vó que morava no bloco ao lado, para desespero da empregada, para minha mais profunda alegria com o sentimento de liberdade correndo nas veias enquanto eu descambava escada abaixo.

De repente, eu quase podia ouvir alguém me chamando: “o lanche tá pronto!”, porque o lanche estava, exatamente como há décadas atrás, derretendo devagar na minha boca.

Bastou uma mordidinha nesse biscoito cheio de açúcar e de infância, dessa loja de delícias que eu quase esqueci que existe – e que existe, há três gerações na mesma família, fazendo pequenos brasilienses felizes. Quem acha que máquina do tempo não existe deveria provar esses biscoitos.

Bora?
Gamela
CLS 406 Bloco D Lojas 23 e 27
3244-0628/8240
Segunda a sábado, das 9h às 19h

PS importante: A Gamela não se resume aos biscoitinhos alemães. Lá tem milhares de salgadinhos, bolos e outras delícias mas, como deu pra perceber, os biscoitinhos alemães merecem, sim, esta notinha só pra eles.