Todo mundo tem aqueles dias em que está vendo flores pela rua e dias em que se irrita ao ser acordado com o canto dos pássaros. Dias bons e dias ruins. Não cheguei a me irritar com o canto dos pássaros, mas já vou logo avisando: hoje estou num dia ruim. E o motivo é: estou cheia dessas nossas polêmicas vazias.
Os justiceiros contra os defensores dos direitos humanos. Os comunistas contra os reacionários. Os black-blocs contra os defensores da lei e da ordem. Os que curtem BBB contra os que detestam. Os homofóbicos contra as pessoas livres. Até na maternidade, olha que ridículo: mães a favor do parto natural contra mães que tiveram cesariana, mães que amamentam contra mães que alimentam seus bebês com leite artificial.
Tudo na base do exagero, da irracionalidade, do xingamento, da gritaria.
Sobre o tema polêmico aqui do blog, especificamente: nunca, em momento algum, defendemos o barulho, a confusão, a falta de isolamento acústico, a falta de regulamentação sobre horários. Somos a favor de tudo isso. Mas também somos a favor de festas ao ar livre, somos a favor que, em alguns dias do ano (oi, carnaval, te amo) a gente tenha paciência com os foliões. Somos totalmente a favor do respeito ao próximo – inclusive ao próximo bêbado cantando a jardineira. Mas, próximo, por favor, faça xixi no banheiro químico.
Eu estou de saco cheio dos fla-flus por tudo. Uns fla-flus vazios, de argumentos bobocas, de acusações irresponsáveis, de gritos em caixa alta em centenas de comentários. De saco cheio de gente que se arroga o direito de falar em nome de uma sociedade difusa e plural. Que, independente do que tenha lido, responde como se seu interlocutor fosse um radical sem noção – sem perceber que é ele que se transforma num radical sem noção ao fazer isso.
Isso não quer dizer que não queremos discutir, ao contrário: é tudo o que queremos. Adoro quem pensa diferente de mim e, com equilíbrio e bons argumentos, me faz repensar, mudar de ideia, ou pelo menos ampliar meu conhecimento sobre um assunto. Nem sempre é o que vemos.
Bora discutir sério, sem acusações irresponsáveis e radicalismos. Não foi pra isso que a gente veio aqui. E mais: deixe a sua tia do primário orgulhosa e leia o que está escrito – leia de fato o que está escrito. Não o que você quer entender do que está escrito.
Recado dado, amanhã voltamos à nossa alegria habitual.
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Ricardo
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moninica
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Rosana Oliveira
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Cristiano
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Maira Carvalho
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Cristiano
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Maira Carvalho
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Ricardo
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Felipe Campbell
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Luciana Campos
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Angélica