Atenção, moradores de Brasília: o espaço público é público

Em 22 de janeiro de 2014 por Dani Cronemberger

picnik

Não é piada, não. O título acima é um lembrete sério, apesar de óbvio, para uma parte dos moradores de Brasília que enxerga o espaço público como bem particular. Ou melhor, como um espaço destinado ao público sim, mas a um público restrito e, de preferência, com o mesmo gosto musical e os mesmos hábitos que eles.

Se você prestar atenção, vai ver em volta um movimento crescente de intolerância entre vizinhos. São os moradores que proíbem o uso de parquinhos por crianças de outros prédios, são os que não acham graça da alegria alheia no carnaval, os que querem acabar com as quadras de esportes para evitar barulho de jogo à noite. Afinal, moramos em uma fazenda, em um retiro espiritual de silêncio, né. Barulho é coisa de cidade, e isso a gente não aprendeu ainda o que é.

A mais recente discussão sobre o uso do espaço público saiu do Lago Norte. Mais especificamente da Associação dos Proprietários e Moradores da Orla do Lago Norte, um grupo que reúne mais de 2 mil pessoas, segundo seu presidente, Benedito Antônio de Sousa. Vamos à pauta de reivindicações da associação, que está em plena campanha e se reuniu com representantes de vários órgãos do GDF na semana passada:

– Proibição de eventos no Calçadão da Asa Norte;
– Cercamento do Calçadão e disciplinamento do seu uso, nos moldes do Parque Olhos d’Água;
– Exigência de “confinamento do som” a ambiente com tratamento acústico no Setor de Clubes Norte, UnB e adjacências, limitando os níveis de som ao estipulado na Lei Distrital 4.092/2008 (Lei do Silêncio);
– Instalação de posto policial no Calçadão da Asa Norte.

Médico de 56 anos, Benedito de Sousa critica eventos como o Deguste e o Picnik – “Eles instalam palco musical para Rock in Rio ficar com inveja” – e afirma que está havendo uma confusão sobre o verdadeiro fim do Calçadão, inaugurado em 2011. “Nós não queremos proibir, mas o local não foi feito para eventos. É um local de contemplação da natureza”, diz ele, que já foi à delegacia quatro vezes registrar queixa contra festas no Calçadão e no Setor de Clubes Norte – setor cuja finalidade é justamente a diversão.

Benedito explica seu ponto de vista: “A ideia de Lúcio Costa da liberdade, do trânsito livre, do ambiente bucólico, como dizem os urbanistas, é maravilhosa. Só que isso foi há 50 anos. Hoje, os casos como Ana Lídia são quase diários. Tivemos mais de 600 assassinatos no DF ano passado. Nós vivemos um outro tempo.” A segurança pública entra aqui como argumento, mas é bom lembrar que os eventos no Calçadão nunca registraram qualquer incidente violento.

Eu entendo a irritação do Benedito e dos seus 2 mil associados. Até porque ando me sentindo velha – faz um tempo que a vida noturna me dá mais preguiça do que propaganda política. Ter o sono perturbado por barulho alto não é maravilhoso, claro que não é. Agora, espera aí. Solucionar possíveis excessos com a proibição, com o cercamento da área pública?

Não me canso de dizer que a orla do Lago é um dos espaços mais lindos de Brasília e um dos mais subutilizados. O governo nunca se preocupou, de fato, em abrir acesso a essa área para os 99,9% da população que não têm dinheiro para comprar uma casa milionária à beira do Paranoá. Pelo contrário: o que se vê são tentativas de lotear a orla para mais condomínios residenciais disfarçados de hotéis. Para um cartão-postal com o tamanho do Lago, o número de opções de lazer gratuito chega a ser deprimente. Transporte público então, nem pensar.

Quando, em uma rara iniciativa, o governo concede infraestrutura mínima de diversão pública na orla, os moradores incomodados com o barulho acreditam que a solução não é mitigar os problemas, não é negociar formas de reduzir os excessos, se eles existirem: é proibir, fechar, cercar. Acho que precisamos aprender, do zero, a viver em comunidade. Para isso, é preciso, de um lado, reconhecer e corrigir os problemas. Do outro, acordar do sonho em que vivemos naquela fazenda, naquele retiro espiritual, e perceber que, sim, moramos numa cidade. E que ela não é só sua.

Bora?
O uso de espaços públicos por eventos culturais será tema do “Diálogos com a Juventude”, debate aberto e promovido pela Administração de Brasília. Um dos convidados é o idealizador do Picnik, Miguel Galvão. Vai ser uma boa oportunidade de fazer com que o governo saiba a sua opinião.
Quando: 28/01 (próxima terça), a partir das 19h30
Onde: Espaço Funarte, Sala Cássia Eller

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  • Eu concordo com você em relação por exemplo ao uso do parquinho, este deve ser livre. Porém, quanto ao barulho, se ele está SÓ no lugar público, ótimo. O problema é quando esse barulho INVADE O ESPAÇO PRIVADO DAS PESSOAS, ou seja, eu estou na minha casa particular, então naõ tenho a menor obrigação de aguentar DENTRO DA MINHA CASA o barulho que vem do tal espaço público. Ou esse espaço é longe das residencias o suficiente para não invadi-las com som alto, ou realmente tem que regularizar. Acho que meu argumento não tem nem o que discutir: ao invadir a casa das pessoas, o som deixa ser apenas um “problema de espaço público” e passa a ser também privado. Fim.

    • Quanto às cercas também concordo, sou contra elas, só para constar.

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  • Candango Nativo

    O que requer de todos os moradores não do Plano Piloto mais de todo Distrito Federal e puxar para si mesmo a responsabilidade de como queremos a nossa cidade, e não deixar os burgueses mandarem e desmandarem do futuro da cidade. Eles são hipócritas, julgam proteger a cidade, o tombamento e tal. Mas eles querem é proteger seu estilo de vida, custe o que custar, nem que seja pisar em cima dos pobres. Conheço até ex-administradora regional que não teve nenhum constrangimento em afirmar isso numa audiência pública, jogando que um morador da Samambaia não tinha condições de comprar apartamentos que custam mais de 100 mil reais. Detalhe, eu conheço n pessoas mais ricas do que os moradores dos lagos (Norte e Sul) e Park Way e vivem nas cidades satélites. Pelo menos, esses novos ricos ou emergentes são mais humanos do que esses moradores da Orla. Reagem com violência a construção de um Shopping Center no Lago Sul, mas se omite com relação a eles mesmos que invadiram áreas de APPs, cercaram matas de galerias, aterraram o lago e construíram na orla. Esses pseudos eco-xiitas são responsáveis pelo assoreamento do lago. Grande parte dos moradores convivem com fossas sépticas e poços artesianos sem controle. E mesmo assim não satisfeitos roubam água do Lago para encherem suas piscinas.

  • ULISSES

    eu repudio vocês,classe que se proclama politizada, engajada e preocupada com o social. se juntar a GIM ARGELLO, LILIANE RORIZ, ISRAEL PINHEIRO pra conseguir fazer valer seus interesses eh realmente VERGONHOSO!

  • Candango Nativo

    É aquele negócio, o tombamento de Brasília fora feito para inglês ver, coisa de burguesia. Uma forma sutil de higienizar o Plano Piloto dos pobres. Quem já viu uma pessoa ser contra uma creche, um parque ou coisa parecida, que é um beneficio para TODOS os moradores. Um absurdo os moradores do Sudoeste serem contra uma Escola Classe. Depois reclamam que o governo não faz nada pela educação. O problema que o verdeiro POVO BRASILIENSE não participa das audiências públicas, se deixam levar por ONGs que não defendem nada a cidade e seus moradores, defendem interesses burgueses. Os moradores tem medo de assumir pra si as responsabilidades. Igual querer participar de reunião de condominio. Ninguem vai. Os verdadeiros moradores devem assumir sua cidade. vamos dar um BASTA a ONG Urbanistas por Brasília. Eu me lembro eles contra projetos governamentais que em nada descaracteriza a cidade. Igual os clubes, eles não privatizam o lago a 50 anos? Porque não deixar colocarem bares, restaurantes, cinemas e hotéis no lugar. Assim deixará de ser privado e se tornar público. Eu participo das audiências e vejo somente a burguesia querendo mandar na cidade. A burguesia representada por corporações e entidades que não vou falar, quer ditar o que a maioria da sociedade deve fazer, temos que dar um basta nisso.

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  • Márcia

    Pelo que entendi, o evento aconteceu apenas 4 vezes, logo não acontece todos os dias e os organizadores respeitam os horários para finalizar o evento. Então, a impressão que tenho é que esta associação está sendo apenas egoísta, assim como são os seus participantes que fecharam o acesso de muitas pessoas ao lago.

  • Clara

    Mas a Lei do Silencio 4.092 deve ser respeitada em todos os locais da cidade, indenpendente do nivel socioeconomico da área ou da “posição” do reclamante “na sociedade”.. POis convivo todos os domingos com desrespeito à refereida lei com barulho de reformas e construção (serra, marteladas, etc etc etc).

    Já reclamei 8 vezes ao IBRAN e há 2 meses nada foi feito. Inclusive chamei a policia e ainda sim nada mudou.

    Uma cidade onde a lei é para poucos, isto que é Brasilia. E nao comparem com São Paulo (MINHA CIDADE), pois apesar do barulho, há respeito, pelo menos nas areas centrais da cidade, aos horarios proibidos por lei.

    Aqui a desigualdade faz com a que lei só sirva para alguns. E nunca convivi com tanta gente que só pensa no próprio umbigo como nesta cidade.

    Que a lei seja cumprida em TODOS os lugares da cidade, inclusive deixando o que é público permanecer público – sem grades ou cercas.

    • Aline

      liga na Agefis, eles fiscalizam e fecham o estabelecimento que nao està cumprindo as leis. meu condomìnio jà fechou 3 bares que nao providenciaram isolamento acùstico contra o barulho e descumpria horàrios. ligar no ECAD tambèm pode funcionar porque a maioria nao paga direitos autorais e, assim, eles emitem multas que tambèm obrigam o comerciante a se enquadrar nos parâmetros.

      • Aline

        se for obra, idem. nao pode funcionar fora do horàrio, em finais de semana e feriados. em aguas claras isso costuma ocorrer. tem que ligar na agefis, fazer ocorrência policial. o direito è para todos, nao sò para quem mora no plano piloto. pelo direito ao sossego, à paz!

  • Cleonice Leite

    Bom dia!
    Li todo o seu texto e alguns comentários. Sei que eu sou a primeira a discordar do seu ponto de vista, mas sei também que minha discordância está embasada em um critério que enfatiza Brasília como um lugar próprio, uma cidade linda, com aspectos positivos e negativos, mas lindos e com um estilo tanto belo quanto próprio, característico.
    O que lamento é a falta de respeito das pessoas quanto a isto.
    Sou professora de Geografia e tenho uma tese a esse respeito. As pessoas, de um modo geral, não respeitam Brasília, o sonho de sua criação, as pessoas que trabalharam para que ela se concretizasse. Querem saber? Brasília é Brasília. Porque é tão difícil das pessoas compreenderem isto? Assim como Rio de Janeiro é o Rio de Janeiro, São Paulo é São Paulo, Salvador é Salvador, etc.
    Brasília é Brasília. Do quê mais vocês precisam para compreenderem e respeitarem este importante fato?
    Porquê as outras cidades têm o direito de exercer suas fortes características, suas peculiaridades, por mais exagerada que sejam, e Brasília não? Quem está violando direitos em direito? Pensem bem. Não são vocês os intolerantes? Os que não respeitam?
    Você foi feliz em seu texto porque, pelo que eu li, ele só foi visto por quem não preza pela originalidade de Brasília, por pessoas que querem moldar os espaços ao seu gosto e não é assim. A beleza, o mistério, a suntuosidade e graça dos lugares está justamente nas diferenças. Portanto, para mim, as pessoas que defendem isto estão justamente demonstrando seu amor e respeito por Brasília, uma cidade admirada pelo mundo todo e muito pouco pelos filhos do Brasil.
    O que não tem aqui, não tem, basta. Não precisa ter. O que tem, merece respeito e atenção. E quem não se sente bem aqui, uma dica: o Brasil é enorme e o mundo também. Mude-se e deixe Brasília como é, porque é assim que ela faz muita gente feliz, inclusive, EU.

    • Aline

      Apoiada!

      • Aline

        sou nativa e respeito MUITO essa cidade. muitos dos produtores culturais sao de fora. sò quem nasceu e cresceu no meio dessa cidade e incorporou o espìrito de sua criaçao entendeu o que você disse. tenho 3O anos e nao sou nenuma enclausurada. muito menos burguesa! respeito a comunidade, o pròximo e a qualidade de vida dessa cidade. espero que essa demanda desrespeitosa nao seja atendida, ao menos nao enquanto continuarem seguindo esta linha. sao os estabelecimentos comerciais e produtores culturais, que trabalham em tal atividade e visam lucro è que devem arcar com o bem-estar da comunidade, e nao o inverso. e nao usem a CULTURA pra justificar seus argumentos. triste.

  • AngeL

    acho um tanto decepcionante, ver o “pessoal da cultura” de bsb, gente instruìda, viajada, inteligente, descolada, adotarem uma posiçao tao extremista e radical sobre este assunto. eu entendo que è o trabalho, o ganha pao, mas ninguèm, absolutamente ninguèm – seja em brasìlia, guarà, ceilândia ou em qualquer lugar do paìs e do mundo – è obrigado a escutar mùsica alheia.

    uma coisa sao eventos esporàdicos em locais pùblicos, shows, carnaval e outras manifestaçoes. outra, sao estabelecimentos comerciais, que lucram com entretenimento e diversao, abrirem praticamente 365 dias ao ano, com a execuçao de mùsica (mecânica, ao vivo, tv) e nao quererem assumir as obrigaçoes que a atividade exige. isso quer dizer, providenciar isolamento acùstico -caso o seu bar ou restaurante esteja pròximo a àreas residenciais.
    isso è uma questao de RESpEITO, de bom senso. è um princìpio muito maior que està em jogo. as pessoas têm o direito de estar em suas casas sem serem incomodadas por qualquer mùsica ou barulho que seja. jà nao bastam os barulhos inerentes às cidades, como trânsito, obras e afins, os quais acarretam tanto stress e os distùrbios nas pessoas! barulho causa distùrbios sèrios. pode ser o gênero musical que for. è poluiçao sonora, sim.

    eu li algumas opinioes tao incoerentes e nada razoàveis de quem trabalha com “arte”, que è atè difìcil acreditar. ao contràrio do que se diz – que isso è discurso da classe mèdia de bsb, da minoria que quer ser dona da cidade, de gente rabujenta e outras coisas do tipo – a MINORIA na verdade sao os defensores, frequentadores e consumidores da “arte mùsica diversao” acima de tudo. sim, porque a minoria è essa. a coletividade, o todo, è composta por pessoas que nao concordam em serem pertubadas na paz de seus lares em nome da diversao de poucos. esses sim sao jovens, playboys, filhinhos de papai, vagabundos, blà e nao o contràrio. sejamos coerentes, è daì que nao se vê o mìnimo de respeito. (deixo claro que eu estou escrevendo isso com base no que eu andei lendo e escutando por aì, nao com relaçao a você. atè porque nunca trocamos ideia sobre isto. as expressoes sao todas retiradas de comentàrios ao londo desses textos.)

    isto nada tem a ver com ser reaça, de direita, rabujento e bla bla bla. tambèm gosto de mùsica, frequento festas (nao tanto quanto antes), mas sempre achei um absurdo um bar colocar mùsica ao vivo embaixo da janela das pessoas, assim, sem o menor respeito. sem se preocupar com o bem-estar da coletividade.. mesmo quando era mais jovem, sempre que olhava para aqueles apartamentos e casas ao lado de bares, pensava: “_ coitadas dessas pessoas, como fazem pra dormir, pra estudar, ler, ficar em paz?” nao sao sò jovens ou gente àvida por diversao, cultura e arte que possuem direitos. a sociedade è mista. sao idosos em seus lares, pais e maes de famìlia que trabalham no dia seguinte, crianças que precisam ir à escola, bebès de colo. todos têm o direito ao sossego, à paz, ao silêncio dos lares. e que isto nao se confunda com uma fazenda, com um cemitêrio, como os discursos insistem em repetir. trata-se, simplesmente do direito de nao serem pertubados em seus lares – veja bem, refiro-me a frequentemente, diariamente, religiosamente, e nao de forma esporàdica.

    sabe, acho esse discurso dos mùsicos, produtores e estabelecimentos comerciais uma falta de respeito tamanha com o pròximo. simplesmente porque convèm, porque se trabalha com isso.. è desolador ver tanta gente instruìda e esclarecida de verdade “puxar a sardinha” pro seu lado porque se trata de seus interesses..

    ninguèm estâ dizendo que a cidade tem que virar um cemitèrio. que nao devem existir mais manifestaçoes culturais. sao muito bem vindas, apreciadas por pessoas de todas as idades. se tratam de eventos esporàdicos, na maioria das vezes em locais distantes das àreas comerciais, com hora pra terminar.. ok, a cidade agradece. agora, defender bares, restaurantes e qualquer tipo de estabelecimento comercial que promova execuçao de mùsica ao vivo sem se preocupar com a lei do silêncio, com o bem-estar da comunidade, sem providenciar o devido isolamento acùstico, è absurdo! se trata de uma atividade comercial, e esta gera obrigaçoes, deveres e riscos a serem assumidos.

    quer dizer que o estabelecimento pode executar mùsica, incomodando toda a vizinhança, e os moradores è que devem providenciar o isolamento acùstico de suas casas, ou usarem protetor de ouvido? que triste..! isso sim è intolerância e desrespeito!

    è uma pena que isso sò funcione em Brasìlia. tenho certeza que moradores de muitas cidades, nao sò do DF, mas do Brasil, gostariam que esse tipo de fiscalizaçao funcionasse tambèm em suas respectivas cidades. embora as pessoas caiam sempre nessa de tentar comparar bsb com as outras capitais, deveria ocorrer o inverso: as outras cidades è que deveriam se pautar pelo que se busca alcançar aqui.
    isso evitaria muitos desgastes, disturbios, brigas de vizinhança, violência e afins.

    isso que se tenta manter na cidade, nao è exclusividade dos brasilienses. em vàrios locais do mundo ditos “civilizados” è semelhante. (embora a expressao me soe preconceituosa, a uso aqui no sentido de civilidade. de civil, de boa convivência, educaçao). nao se vê nestes lugares, o desrespeito ao espaço pùblico. SIM, porque o espaço è pùblico, e nao de uns poucos. mesmo no verao, nao se vê mesas nas calçadas, batucadas embaixo das janelas residenciais e, sobretudo, estabelecimentos comerciais que executem mùsica sem o devido isolamento acùstico. e tudo isto nao impede que essas cidades pulsem, que tenham arte, vida, calor, som! os shows ocorrem, as manifestaçoes artìsticas idem, os mùsicos tocam nas praças. mas tudo è feito com respeito, com razoablidade. sem amplificadores em volumes absurdos, em horàrios que nao estrapolem os limites do razoàvel e em locais que nao pertubem um maior nùmero de residèncias. e veja que essas cidades nao sao planejadas como bsb! as àreas comerciais convivem lado a lado com as residencias. contudo, os estabelecimentos comerciais, os bares, os restaurantes, as boates, as casas de show etc., respeitam a vizinhança. daì a comunidade e o comèrcio nao se chocarem. se houvesse essa preocupaçao e esse respeito por aqui, certamente os moradores nao seriam contra tais movimentos. contudo, o que ocorre è esse discurso extremista, de intolerância, de superioridade, como se quem nao compartilhasse dessa opiniao fosse velho, careta, de classe mèdia, bla.. vocês se colocam contra os moradores, e isso nunca pode dar certo. somente com o apoio da comunidade è que a vida musical, cultural e noturna da cidade tem chance de sobreviver sem esse eterno conflito. e, para que isto ocorra, è preciso o que os estabelecimentos e profissionais que trabalham na àrea se convençam que, para promover suas atividades è necessàrio respeitar regras e cumprir os requisitos mìnimos para a execuçao de suas atividades. o conflito certamente inexestiria se isso fosse cumprido..

    a arte è bem vinda. cultura, mùsica, festas! desde que respeitemos o pròximo, que zelemos pelo bem-estar de todos. o nosso direito sempre termina onde começa o do outro. se nos pautàssemos por isso, essa discussao nao estaria acontecendo.. que possamos conduzir as coisas de maneira harmoniosa e inteligente. ahow!

  • Marco

    “Exigência de “confinamento do som” a ambiente com tratamento acústico no Setor de Clubes Norte, UnB e adjacências, limitando os níveis de som ao estipulado na Lei Distrital 4.092/2008 (Lei do Silêncio);”
    Bom, quando eu morava na 404 norte era impossível de dormir nas quintas e sábados devido aos eventos do centro de convenções da UnB e do Iate clube que duravam até as 5 horas. Eu recebia 70-80 Decibéis em casa estando a 7-10 Km de distancia…

    • Ronie

      por isso o abaixo assinado. para que respeitem as recomendaçoes e para que os moradores possam dormir e ter um pouco de sossego em suas casas.

  • Dr. Benedito, cala essa boca. Vai jogar bingo e deixa o pessoal se divertir em paz!

  • alexandre

    A questão é: Todo mundo (não digo aqui, mas “lá fora”) está defendendo pontos extremamente radicais. Pelo fato de brasilia não ser uma cidade ( e não é, não me peçam pra explicar teoria urbanística aqui, não vou ter saco pra bater boca com fundamentalistas que defendem o simplismo modernista), perderam-se muitos parâmetros do razoável, aliado ao egoísmo do brasileiro. Por um lado , brasília é uma mistura de quartel com hospital, onde o carnaval é proibido, onde uma igreja é proibida de rezar missa no domingo às 5:00 hs da tarde por faz barulho para um único morador do outro lado da L2, onde bares devem fechar no máximo até 2 horas.
    Por outro lado, o excesso de rigidez, tornando a aplicação da norma impossível, permite com facilidade o aparecimento de excessos ( situação essa que não se restringe apenas à eventos e barulho, mas também em trânsito, obras e etc.).
    Ou seja, tudo deve ser combinado no limite do bom senso. É razoável se proibir o carnaval, pois durante quatro dias vai haver barulho? É razoável se liberar qualquer espaço público para evento, mesmo que não haja infraestrutura, estacionamento, pois é público? É razoável proibir qualquer barulho perto de área residencial, mesmo que seja numa data única? É razoável, fechar os espaços em torno dos blocos em nome da segurança?

    • Ronie

      è tproibido em BsB fechar os tprèdios. todos tem que dar tpassagem livre aos tpedestres.

  • B

    Não sei como conseguiram colocar tanta asneira num texto tão pequeno.

  • Bom acho a discussão e variedade de opiniões muito construtiva porém pouco prática pois considero Brasília a cidade planejada, projetada e executada unica em sua magnitude. Não se tem registro tão recente de uma cidade moderna que tivesse dado certo como Brasília. Agora como todo país existe tambémo povo, e ai moram as questões. O limite do respeito existe e acaba na liberdade do outro, mas cá entre nós o “bom senso”, não é muito da nossa cultura! E não existe educação em casa que faça a grande massa da população respeitar os limites do outro. Daí nascem centenas de problemas de som alto em locais desapropriados, consumo de drogas lícitas e ilícitas em locais públicos e inadequados, e barulho, todo mundo faz. A questão é que não mais se considera a falta de bom senso e sim o fato, fato esse que tomou na cabeça pois lei é lei. Enfim, vai melhorar mas a um preço da perda. Pelo menos não será no bolso como na educação de transito que virou máquina de dinheiro mas pelo menos equipa nosso Detran com muito custo e perdas em parcerias e fraudes.
    Só quem já morou em uma superquadra e conviveu com vizinhos comerciais barulhentos por anos e horas a dentro pela madrugada sabe o que é amargurar pagar milhões em seu imóvel e ver a lei do silencio ser desrespeitada a toda esquina com seu som mecanico tremendo as janelas ate 05h da matina. Ai eu me pergunto: Cidade planejada? Bom eu funcionário público de bater ponto as 8h da matina tenho que conviver com meu vizinho que acorda as 16h mas trabalha aonde eu durmo. Esse convivio me parece meio sem encaixe, afinal de contas quem precisa dormir , precisa e deve ter seu direito respeitado. Silêncio é bom sempre, quando se precisa! Boate em local de boate, bar ate as 2h , ok!

    • Ronie

      exato!

    • Mary

      Concordo totalmente!

  • Este assunto merece muita atenção. O tópico acima precisa ser lido atenciosamente, pensado, discutido. É óbvio que temos que respeitar os lugares públicos como públicos. Por essa razão é que o CIDADÃO não pode ser esquecido. A nova capital foi construída dentro de certos paradigmas que, hoje em dia, não se encaixariam jamais. O principal quesito é a SEGURANÇA.
    Nos anos sessenta, vivia-se em uma tranquilidade inimaginável atualmente. Os moradores dos Lagos Norte e Sul pagam o IPTU mais caro do DF. Obviamente não querem ser incomodados com sons altos, carros estacionados em frente às suas garagens. Isto porque PARA BENEFICIAR CERTOS GRUPOS são construídos áreas de lazer em lugares impróprios.
    Daí para a droga, a desordem até altas horas é um passo.
    Todas as grandes cidades do mundo as casas são edificadas na orla dos rios: Roma, Florença, Paris, São Petersburgo… ou então na costa marítima. Brasília, ao contrário, reservou o Lago Paranoá para os clubes e os felizes proprietários. O que não falta são clubes, casas de festa, setores com bares e restaurantes.
    Caso o brasileiro fosse um povo educado, acostumado a respeitar o semelhante tais problemas inexistiriam.

  • Gabriel

    O grande problema é que o decreto que regulamenta a lei do silêncio não é nada razoável. Qualquer grupo de 10 pessoas conversando normalmente ultrapassa os 55db. O decreto também não específica detalhadamente como essa medição deve ser realizada.
    Dessa forma, abre-se um precedente para multar todo e qualquer bar, uma vez que todos eles desrespeitam o decreto, e torna a fiscalização uma atividade essencialmente política.
    Isso é péssimo pois não protege nem os interessados no papel cultural dos estabelecimentos, que querem trabalhar dentro dos limites da razoabilidade e amparados pela lei, nem o morador interessado no seu sossego.

    Agora, é preciso bom senso. Se um indivíduo com seu som automotivo nas alturas às 5 da madrugada foge ao aceitável, um evento como o picnik, que acontece a cada dois meses e termina às 22h e atende a um público de algumas centenas de pessoas carentes por cultura e um mínimo de convivência social, é um negócio completamente diferente.

  • Estava esperando com ansiedade aparecer um post sobre isso!

    Moro há dois anos e meio no prédio em frente ao Calçadão, na 416 Norte. Minha janela é virada para ele. Quando me mudei para lá, o Calçadão estava recém-inaugurado. Pude ver como o uso daquele espaço foi se estabelecendo, o que aconteceu de bom e de ruim.

    O Calçadão é um lugar sensacional, é como devia ser a orla inteira do Paranoá. Eu e minha esposa adoramos as atividades bucólicas de dia e as festas como o Piknik à noite, bastando atravessar a rua (com alguma dificuldade ainda, sem estrutura para pedestre). Também sofremos eventualmente com a barulhada de arruaça e de carros com som bombando às quatro, cinco da manhã, às vezes em dia de semana! Já chamei a polícia para tentar reduzir barulho de som de carro numa terça-feira de madrugada, e estou para ver quem convence que isso não é direito de quem mora e dorme por ali, nas fuças dos alto-falantes.

    Com esses problemas, cheguei a receber e a distribuir o abaixo-assinado dessa Associação. A maior parte das pessoas que assinaram (inclusive eu) criticavam os primeiros pontos: cercar o Calçadão? Acabar com os eventos? Transformar numa Área de Proteção Ambiental? Viam o exagero, mas assinavam mesmo assim. Por quê? Porque queriam colocar a questão em pauta!

    Queriam o Calçadão aberto e público a todas as horas, mas estavam cansados de reclamar pelo cumprimento da lei para a Administração de Brasília e não acontecer nada. Já ouvi da polícia que só poderia autuar poluição sonora de madrugada se tivesse um medidor de ruído, mas o que falta na verdade é bom-senso. O medidor de ruído está no meu prédio, como em toda a cidade: ali moram idosos, gente com filhos pequenos, gente que trabalha até tarde ou desde muito cedo.

    Gente, cuidado com as críticas abruptas. Talvez seja alguém apenas pedindo para ser possível dormir de madrugada (pode ser mais difícil para ele ou ela) e que ainda assim curta os eventos e o espaço público; não significa que seja chato, rabugento, intolerante, caga-regra, coisa de brasiliense. Deviam ter vergonha de escrever esse último neste blog. O Quadrado está ganhando cada vez mais vida, e quem não enxerga isso é o retrógrado, prendendo-se a estereótipos velhos. Não é Brasília, a vida comunitária é que é difícil. Coisa de brasiliense é seu nariz.

    Temos críticas contra os exageros: o exagero de cercar o Calçadão, o exagero de quem acha que aquela área residencial é boate. Por isso o Diálogo semana que vem é essencial. É difícil exprimir críticas hoje quando todos tem estopim curto, mas é preciso chegar a soluções comunitárias, e não a confrontos policialescos. Eu ficaria muito chateado se não houvesse mais eventos ali; eu ficaria aliviado se não tivesse barulho de madrugada. Mas não preciso chegar ao extremo de pagar uma coisa com a outra.

    Abração,

    Pedro
    https://www.facebook.com/NossaAsaNorte

    • Pedro Martins

      adorei seu texto. obrigado pelo ponto de vista.

    • Oi, Pedro, que bom que você comentou aqui.
      Seu ponto de vista é equilibrado, mas o texto que você assinou, junto com mais de 2 mil pessoas, não é. Entendo que você deve estar cansado com o som alto de carros às 4 da manhã, qualquer um estaria, mas da mesma forma que é preciso cuidado com críticas abruptas, é necessário muito cuidado com a adesão a campanhas de outros. Só estou sabendo do seu real ponto de vista porque você escreveu aqui, mas a priori você está junto com os 2 mil, defendendo com sua assinatura a proibição de eventos no Calçadão e o cercamento da área.
      É preciso que você e as outras pessoas que assinaram o manifesto e que são contra esses dois pontos (as reivindicações principais da Associação, diga-se de passagem) deixem isso claro, o quanto antes, para a Administração de Brasília e para os demais órgãos envolvidos. Caso contrário, vocês estarão sendo usados na defesa de uma pauta conservadora e triste pra cidade.
      Não defendo o uso indiscriminado do espaço público, acho que algumas opiniões postadas aqui caem no radicalismo de ambos os lados. Agora: defender a proibição de eventos e o cercamento de uma das poucas áreas públicas na orla do Lago desqualifica o debate. Colocar o interesse particular acima do coletivo, como me parece que a Associação de Moradores faz, desmerece o debate sobre o seu direito de dormir às 4 da manhã de uma terça-feira. Extremismo gera extremismo, e é disso que a cidade não precisa.

      E concordo com você. Essa discussão tem muito menos a ver com o brasiliense do que com a falta de bom senso, que é comum em qualquer cidade do mundo.

      Abraço

      • The Migs

        bravo Dani, mais uma vez. poupou uns minutinhos meus em elaborar resposta que nao teria saído tão boa e educada.

      • Muito bem colocado.

      • Oi Dani, obrigado você por responder!
        Só faço um adendo: sei que as coisas tem sido são jogadas de forma extrema e concordo que não é o ideal, mas nem sempre é eficiente trazer todas as sutilezas de todas as opiniões, como não é razoável fazer um abaixo-assinado para cada uma delas. Já é difícil trazer um debate organizado à tona, ainda mais quando a maioria das pessoas costumam ser muito enfáticas na internet, mas não vão nem à reunião do próprio condomínio.
        Por isso, não acho que apoio o cercamento do Calçadão porque assinei um papel e, pelo que presenciei, tampouco todas as duas mil pessoas (se foi isso mesmo) que assinaram. Nem quando votamos num deputado concordamos com todos os atos dele, de seu partido e coligação, imagina! (e voto é coisa muito mais séria). Um abaixo-assinado não é um contrato, assiná-lo não é a concordância com todas as letras pequenas: é a primeira manifestação numa cultura em que não se gasta mais de dois minutos numa causa pública.
        Por isso é essencial o Diálogo na terça-feira. Será hora das sutilezas aparecerem e tomarem corpo. É uma oportunidade para ir além do abaixo-assinado, coisa que raramente fazemos…

        Um abraço

    • Ronie

      assino embaixo, Pedro!

    • Mary

      Bravo!

  • Tanira

    … É mole???? … moradores de Brasília têm esse entendimento de que espaço público é tão público.. mas tão público… q minha vizinha joga o lixo dela na minha porta, há anos, com esse argumento… já registrei B.O. na D.P. e denúncia Vigilância Sanitária…

  • Candonga

    Mas, será o Benedito?
    O Benedito e sua galera deviam conhecer ou morar em Recife, onde, até andar na rua é na base do corpo a corpo por causa de tanta gente circulando.
    Aqui, temos liberdade para tudo, dentro dos padrões normais e todos se divertem e vivem tranquilos, de certa forma.
    Brasília, foi criada para os bacanas que deitam, rolam e roubam o que é do povo.

    • Ronie

      nao fale besteira!
      BsB nao è sò feita de polìtico! e mais, os polìticos sao de todos os estados, nao sao daqui!

      quanto à Recife, quer dizer HELLCIFE, simplesmente nao hà comparaçao! todos convivem bem? piada! uma minoria MUITO RICA ao lado de uma maioria MUITO pOBRE. a cidade vive do carnaval, quando termina jà estao pensando no ano que vem. sujeira, muito, muito lixo por toda a parte. violência, bagunça, desordem, desrespeito.. uma das capitais mais caòticas desse paìs. quem conhece sò boa viagem e o centro històrico de olinda, favor nem se dar ao trabalho de comentar!

  • S.J.

    O que achariam de permitirem som acústico, mas não com amplificadores? Assim, quem está ali para o evento pode ouvir, mas o barulho não chega nos ouvidos dos moradores que pretendem descansar em suas casas no fim de semana.

    • Pedro Martins

      ótima sugestão.

  • Moro em Brasília há dois anos, vim do interior de MG. Já residi na 911 N e atualmente estou muito bem instalado no CA2. Ocorre que mesmo num lugar tranquilo como o que resido, ainda existem pessoas (vizinhos e transeuntes), que insistem em não respeitar o direito alheio. Não dá para viver numa clausura, mas acredito que haja excessos que poderiam sim serem minimizados para o bem de todos.

  • aproveitando o momento de proibições e restrições quanto à atividade musical em Brasília, escrevi este texto sobre práticas musicais e tolerância.
    Sempre com a colaboração inoxidável de Gabriela Tunes.

    Compartilhem, meu povo !!

    http://www.acervoorigens.com/2014/01/a-cultura-da-logomarca-e-o-silencio-dos.html

    • Muito bom o texto, aborda de forma clara a necessidade de sermos tolerantes. Viver em coletividade é isso!

    • Louise

      Ótimo texto! Tolerância é um desafio para a convivência harmônica, mas com excelentes resultados.

    • Ronie

      quem trabalha com diversao, mùsica, produçao cultural deve cumprir as regras que a atividade impoe, e nao querer enfiar sua arte ou trabalho abaixo da goela de todos. NINGUEM è obrigado a tolerar mùsica, seja de que qualidade for. eventos à cèu aberto devem acontecer em àreas que nao pertubam moradores. e se algum estabelecimento comercial quiser promover mùsica, festa e afins, que providencie o isolamento acùstico. as pessoas tê o direito de estar em paz.

  • Viviane de Oliveira

    Bem, concordo com todos vocês, porque todos temos o direito de nos sentirmos confortáveis ou não com qualquer situação. Mas também temos o dever de respeitar o direito do outro! Agora, várias situações são extremamente contraditórias aqui em Brasília, aqui, no Brasil. Pessoal, sejamos sensatos!! Precisamos de coisas para fazermos nos finais de semana, os nossos jovens precisam de diversão sadia, crianças precisam, urgentemente, brincar, brincar e brincar… E para isso, é preciso de espaço!!! Cercar um local público, por causa de umas festinhas comportadas que finalizam-se às 22 horas, sem pestanejar… Não é solução!!! Por favor, como alguns disseram: moramos em uma capital!!! Barulhos e ruídos fazem parte da nossa vida. Se você não é capaz de conviver com o que acontece a sua volta, tenho uma solução: mude-se para o Nepal! Lá, existe um lugar, extremamente lindo, onde somente o barulho da água será mais forte que o barulho dos seus pensamentos… Não tente mudar o que está em volta!!! Comece a mudar os seus conceitos de vida, e seja feliz!!!

  • Fernanda

    Engraçado como esse comentário aqui é contraditório… ele é a favor dos eventos, mas contra as famílias que vão ao local? Olha o nível de preconceito do sujeito. Se morasse no Rio ia ser um daqueles moradores de bairros nobres incomodados com os favelados que vão pra praia.

    “Sou morador da Asa Norte e frequentador assíduo do Deck. Frequento não só o Deck, mas vários outros espaços públicos em Brasília. Acho que o sr. Benedito Antônio de Sousa está muito equivocado ao querer restringir a utilização do espaço publico para eventos, mas sou totalmente a favor quando ele fala do ‘disciplinamento do uso’. Ultimamente o deck tá insuportável: Vendedores ambulantes que ocupam vagas deficiente no estacionamento, pessoas jogando lixo no lago, adolescentes com som alto e as vezes até mesmo ‘fumando um’, mas sinceramente o que mais me irrita são os ‘farofeiros’. Aquele cara que leva a família toda e se instala em TODOS os bancos ou quiosques fazendo seu churrasco o dia todo. Essas pessoas estão utilizando o espaço público como se fosse extensão do seu quintal.”

    • Classe média sofre muito, Fernanda!
      O ideal mesmo e que tenhamos “gente bonita”, descolada, tatuada e ouvindo jazz perto de nós.
      Churrasco?
      Farofa?
      Afffeeee… Daqui a pouco vai parecer que estamos em Águas Lindas.
      Por favor, né? Cadê coerência? : |
      “Adolescentes com som alto”? hahahaha E o PicNik é exatamente o que mesmo? Desculpa. Me perdi. To confusa.
      #paremdeexploraraclassemédia

  • Fernanda

    Desculpem, mas eu concordo. E ninguém quer proibir a circulação de pessoas como o texto induz de forma tendenciosa, mas sim a realização de eventos com algumas características próprias, como som alto. Não digam que isso é um direito absoluto, pois não é.

    Já deixei muitas vezes de levar meu filho na orla pra passear por estar havendo festa que, indevidamente, praticamente fecha o lugar. Sem autorização, sem aval… estão se apropriando de um espaço público para dar festas.

    São eventos legais (no sentido de “bacana”) para quem vai, eu entendo, mas a coisa extrapola um pouco. Vocês não podem utilizar o argumento da falta de espaço em Brasília para realizar eventos desse tipo para se apropriar de um espaço público onde a realização desses eventos vai restringir o ir e vir de pessoas que queiram frequentá-lo, e ainda por cima atrapalhar moradores com som alto. Entendo que é fácil fazer um evento assim ao ar livre por não precisar tratar de todos os trâmites legais,por ser barato, mas há um motivo pelo qual casas noturnas regularizadas precisam respeitar regras, inclusive de poluição sonora.

    E acima de tudo concordo sim, a orla deve ser um espaço de paz, lazer, tranquilidade e contemplação da natureza.

    Festa tem demais em Brasília, todo dia tem festa em vários pontos, de segunda a segunda… mas se a “festa não é legal”, “não toca o que vocês gostam” ou “não são bem frequentadas”, isso mostra como isso não se trata de #problemasdaclassemedia. Então não, não falta evento, não falta espaço pra lazer…

    Então não reclamem da falta e se quiserem fazer mais uma festa da forma que achem boa, tem vários lugares para alugar e fazer legalmente, do jeitinho que vocês querem. Mas convenhamos, fazer ali no calçadão é mais prático e conveniente, né? Só pra quem organiza. 😉

    • luanilda

      Levar seu filho p/ passear no calçadão é mais prático e conveniente p/ vc?

    • Thiago Sampaio

      E falar que não falta espaço para alugar (que custam muito caro, pelo o que já ouvi falar sobre as festas da Unb realizadas em espaços privados) é mais prático e conveniente para quem pode pagar, não é mesmo?
      Gostei muito do que disse a Luanilda, pois me fez perceber que a mesma lógica do seu argumento pode se aplicar a você: clubes têm demais em Brasília, então não reclame da falta de espaço para levar seu filho para passear. Se quiser fazê-lo, faça uma carteirinha numa ASBAC da vida que lá você poderá passear e contemplar a natureza com paz e tranquilidade à vontade sem ter que se preocupar com a juventude boêmia.
      Esses burocratas elitistas, viu…

      • Fernanda

        O calçadão não foi feito para ter eventos, simples assim. É um lugar de passeio, de convivência. Os eventos que rolam lá, apesar de gratuitos, escondem o fato de que são eventos privados, pois acabam se apoderando do local e são para um público muito específico. Se ainda fosse um local subutilizado e abandonado, mas não, ou houvessem outras áreas ali no calçadão e ocupassem apenas uma delas, mas não, é um lugar pequeno. Todos deveriam ter o direito de ir em qualquer dia, passar uma tarde, ver o por-do-sol, e tudo que atrapalha isso deveria ser coibido – eventos, som alto, festas, shows, etc.

        Já sofremos com a utilização irregular da orla por parte das casas do lago norte, que deveria ser pública e agora, mesmo que esporadicamente (teve uma época que era mais frequente, porém), ficamos impedidos de exercer o nosso direito. Há autorização ou aviso prévio à administração de que vai ter eventos? Tem alguma regulamentação?

        Porém, pelo menos, reconheço, há a preocupação com o respeito, por haver um horário para terminar, mas ainda assim… não acho que deveria ter. Não sou contra o evento, contra o público, mas pelo fato de ser ali e se apoderar de um espaço público. E ser público não significa que qualquer um pode fazer o que quiser com ele, significa que cada um pode e deve ter o seu direito garantido de usufruir do local, respeitando o direito dos outros e, a partir do momento que um grupo se apodera dele, está inibindo o direito de outras pessoas usufruírem da maneira que querem.

        E não tem nada a ver com “elitismo”, pois se sou, o público que frequenta esses eventos então é tão “elite” quanto eu, pois somos todos moradores das mesmas redondezas.

        Mas é só uma opinião. Isso é um debate, não? O texto mostrou seu ponto, eu estou mostrando o meu.

        Dá pra sentir de alguns defensores que não há muita vontade de dialogar, mas de impor seu ponto de vista. Não deturpem o meu ponto de vista me colocando como rabugenta, intolerante ou qualquer coisa, pois passo longe disso.

      • Fernanda

        Se for seguir a lógica, o Parque Olhos D’Água é público, o que acharia de um show por lá? Percebe como é inadequado?

        Porém, o Parque da Cidade é muito maior, poderia receber eventos como o Pic Nik. Deveria ter que se adequar a alguma regulamentação do Parque, mas lá é muito mais propício pois é um lugar muito maior e tem de tudo por lá.

        Eu sou a favor de eventos gratuitos ao ar livre. O Pic Nik tem uma proposta linda. Só não concordo que aquele lugar é o mais adequado.

    • Pedro Martins

      Só para constar: eu não defendo poluição sonora, abuso de alcool, depreciação do bem público etc. Sou um velhinho de 33 anos que tem preguiça de ir a festas….porém….sou produtor cultural, e fazer eventos em área pública é muito mais caro do que em área particular. Paga-se por segurança, pública e privada, taxa de utilização da área pública, limpeza, bombeiros etc. Se a administração pública permite o uso, os moradores ou frequentadores tem de reclamar com a mesma. Que por sinal permite eventos do próprio governo que para o “bem de todos” faz aquele escarcéu monstruoso no centro, fechando ruas, immpedindo o acesso a determinados locais e ultrapassando e muito o limite saudável de decibéis.
      Agora, colocar todos os eventos e estabelecimentos no mesmo pote e falar que são todos criadores de problemas, aproveitadores do bem público….é rum grande equívoco.
      Vocês sabiam que nestes último ano a secretaria de cultura do DF utilizou o seu dinheiro para aumentar a quanmtidade de eventos na rua por meio de editais e convocações? Porém não foi feito nenhum estudo para saber se os moradores gostariam disso, afinal na terra dos outros é lindo, mas na minha janela não… Parece que essa é a tônica de Brasília.
      Sou a favor de respeito mútuo e bons acordos, e não de uma lei burra que só beneficia os grandes e ricos…vide as invasões de comércio e as griçlagens de terra da terracap.
      abraços a todos

      • Fernanda

        Ótimo comentário mostrando um pouco do seu lado, obrigada. Mas o Pic Nik tem mesmo despesas com segurança, taxa de utilização e bombeiros? Porque sei que há bazares também… tem gente utilizando o evento para auferir lucro. Como isso é feito? Como é regulamentado?

        Mais pontos poderiam ser esclarecidos e talvez mudar os moldes e estrutura do evento pudesse ser uma relação satisfatória.

        Não acho que sejam aproveitadores no sentido de haver má-fé, mas acaba gerando uma relação de conveniência muito grande realizar eventos ali, é como vejo.

        Obrigada!

    • Louise

      Fernanda, no caso do Pic Nik há autorização para realizar o evento sim (se muito não me engano, pois trabalho com eventos de dança e sei como é bem inviável realizar qualquer coisa em local público sem alvarás, licenças etc). Ninguém ocupou indevidamente a área do Calçadão. Os eventos ocorrem esporadicamente mesmo e são programados com antecedência o bastante, ou seja, você pode levar seu filho para outro local se o evento não lhe agradar. No entanto, fica uma dica: o evento não impede a presença de crianças! Inclusive há diversão para elas. Quando fui, havia crianças felizes, divertindo-se! Aliás, até idosos, sendo a minha avó um deles. 🙂 E quanto ao som: se acha alto demais, solicite à organização que diminua um pouco da próxima vez. Um abaixo-assinado, educado, dos moradores resolveria o problema, não?

    • The Migs

      mixofobia, by Bauman: receio de estar em presença fisíca de desconhecios, medo de certa classe e/ou bairro homogeneo de misturar-se.

      “esse picnik até que pode ser bontinho e engraçado, mas levem essa gentalha e pessoas esquisitas para bem longe do meu tesouro (filhinho) e da porta da minha casa.”

  • Jorge Oliveira

    A intolerancia chegou ao extremo com essas reclamações de moradores do lago Norte.
    Na verdade quem esta no lugar errado são esses moradores que construiram na orla e privatisaramm áreas públicas. Quanto ao Picnik que acontece em somente um dia em cada 2 meses e tem horário determinado pra acabar ..deve continuar reunindo familias e jovens pra celebrar a vida.

  • Paulo

    Sou morador da Asa Norte e frequentador assíduo do Deck. Frequento não só o Deck, mas vários outros espaços públicos em Brasília. Acho que o sr. Benedito Antônio de Sousa está muito equivocado ao querer restringir a utilização do espaço publico para eventos, mas sou totalmente a favor quando ele fala do ‘disciplinamento do uso’. Ultimamente o deck tá insuportável: Vendedores ambulantes que ocupam vagas deficiente no estacionamento, pessoas jogando lixo no lago, adolescentes com som alto e as vezes até mesmo ‘fumando um’, mas sinceramente o que mais me irrita são os ‘farofeiros’. Aquele cara que leva a família toda e se instala em TODOS os bancos ou quiosques fazendo seu churrasco o dia todo. Essas pessoas estão utilizando o espaço público como se fosse extensão do seu quintal.

  • tatiana

    Acho engraçado os pesos e as medidas utilizadas pela intolerância. Sou moradora da 202 norte, da area comercial, embaixo d minha janela tem um botequim que vez ou outra coloca musica ao vivo, gente falando, gritando etc… nunca fui reclamar com os donos do bar, primeiro pq eu estou morando no local errado, segundo pq é as vezes, entendo que o comerciante está exercendo seu trabalho , ele precisa fazer isso tb, quando tem musica o movimento aumenta ele ganha mais etc…Tb aqui na minha janela bate o som que vem lááá da esplanada, novamente, são eventos, não é todo dia. Hoje já não consigo sair tanto, trabalho muito cedo, na verdade, acordo de madrugada e sei bem oque é ser acordada com pneu cantando , gente gritando e carros passando com o som na maior altura. Porém não muito longe fui frequentadora assídua das noites culturais de brasilia, precisamos manter isso, é importante que tenhamos esses espaços aos nossos artistas e a população, isso é qualidade de vida tb. O que falta é educação, precisamos trabalhar essas questões, buscar o respeito aos que dormem desenvolver práticas mais solidárias, agora proibir e cercar é atitude desequilibrada, extremista. Vamos ao debate

    • Amélia

      Mas você não mora em lugar errado, Tatiana. A Lei do Silêncio contempla áreas mistas – comercial e residencial -, e se um estabelecimento numa área predominantemente comercial ultrapassa a variação de limite de decibéis, que entre os períodos diurno e noturno fica em 60 e 55 Db, respectivamente, além de não obedecer o limite horário, que é 22h30, ele pode ser multado e até fechado.

      • tatiana

        Não, o meu prédio é comercial. Amélia é justamente o que falei, até onde vai a minha tolerância, não acho o fim do mundo o bar daqui de baixo fazer um sabado de som , mesmo eu não gostando da musica. Esse negócio de multado e até fechado só serve se for para todos, agora numa cidade com tantos pesos e medidas diferentes não acho justo pesar tanto aos pequenos. Uma casa dde som frequente tem que ter o isolamento, o que não é o caso desse boteco aqui do meu prédio. Acho que precisamos abrir para o dialogo com os interessados, como será feito na terça. Agora quero ver na copa se esses mesmo pesos e medidas serão adotados

  • lafa

    como diria renato russo, ‘ê cidade babaca’. bando de almeidinhas classe mérdia se achando reis do pedaço, como se tivessem mais direitos que o resto da cidade. um bando de velhos babões que não querem barulho de gente ‘incomodando’, mas querem incomodar a cidade toda impondo proibições babacas.

  • Viver em Brasília chega a ser engraçado e caótico. Aqui, além de todos os desdobramentos naturais de quem se vira para viver nos grandes centros, ainda temos que conviver com a soberania de certos egos e a imposição de quem acha que tem o direito de mandar. Logo quando cheguei aqui, há exatos 3 anos e 4 meses, recebi uns parentes de Natal (minha cidade), para um final de semana. Fiz uma reserva no restaurante XX, escolhi pelo telefone até a mesa, já que conhecia o local, e para minha surpresa, no sábado a noite e na companhia de um casal de tios, dois primos e suas respectivas namoradas, fui informado, já no local, que a mesa teria sido cedida pelo gerente para o Senador XX. Ali, naquela hora, a raiva comum aos que são inferiorizados foi ao topo máximo do limite e do bom senso, mas, não houve explosões. Contornamos a situação da melhor forma possível e exigi do restaurante algum benefício em troca da “engolida de sapo”. E o importante nessas horas, é estar armado para o contra-ataque com bons argumentos.
    Tudo bem que o caso acima ocorreu em um estabelecimento privado, mas, sob minha ótica em nada muda se fosse em um parque, pier, quadra de esportes ou calçada… O que é público, deve continuar sendo e é dever unicamente nosso revidar com senso, o que é imposto pelos gigantes que aqui habitam. Festas como Picnik, que fazem o contraponto, de leveza e simplicidade para o “luxo” que impera nas noites da capital, devem ocorrer mais e mais, com suas barracas, seus palcos iguais ao do Rock in Rio (quem dera), suas atrações e sua juventude despojada e de sorrisos no rosto. Proibir isso, é proibir uma Brasília jovem, autêntica e que tenta seguir na contramão do que é imposto por uma sociedade que julga o ter, em detrimento do ser.
    Enfim, lamentável.

    • Já passei por este tipo de constrangimento aqui no Rio, Alyrio. Isso é do brasileiro. O poder político, econômico pode pode atropelar o direito de qualquer um. Triste…

  • marcelo

    Na real – os moradores do Lago Norte reclamam porque o barulho do calçadão chega até eles. Devem ser os que moram exatamente na orla e que são mais afetados.
    O que eles não percebem é que quem está no lugar errado são eles!! A orla do lago é pública, jamais deveria ter sido permitida a construção de casas na beira, com os jardiins chegando até a linha d’água, privatizando aquilo que é público.
    Estão achando o barulho ruim? Saiam de lá! Devolvam ao público aquilo que é público e que foi usurpado da população.

    • Hahahaha,
      Acho que tenho uma parcela de culpa neste imbróglio e com muito orgulho.
      Toda vez que vou andar de caiaque no Calçadão da Asa Norte aproveito para remar até as casas do outro lado e gritar beeeem alto: ESTE ESPAÇO É PÚBLICO! PAREM DE INVADIR TERRAS E RECLAMAR DO MST!
      Da mesma forma que considero um absurdo os bares e restaurantes que lotam as calçadas utilizando até mesmo grades e deixam aquele meio pedaço de caminho para passagem. Passo derrubando as mesas.
      Protesto humilde, mas sempre presente.

  • kyo

    Sou carioca e apaixonado por água e sol. Um dia estava comendo no Pontão, Mormaii, e bateu um calor monstruoso, simplesmente pulei no lago pra dar uma refrescada.
    A cara dos boys e patys da Mormaii, eram: “Meu Deus que favelado…”
    Brasília, parece um museu aonde ate suas belezas naturais são artificiais, tipo: “não pise na grama”.
    Meu sonho é um dia ter um ciclovia ou pista de cooper em volta de todo o lago paranoa.
    Zurich e Toronto são cidades com milhares de lagos e riachos dentro da cidade e são espaços dedicados e construídos para o lazer gratuito e natural. Uma das coisas mais impressionantes que vi, em zurich, foi canoistas praticando seu esporte, assim que saem do trabalho, no meio da cidade.
    Cercar o calçadão é como querer cercar qualquer praia do Rio de Janeiro.
    Adorei o blog.

    • Candonga

      Gostei dos “boys e patys”!
      São os filhinho(a)s dos “papis e mamis” poderosos, todos metidos à besta e cheios de “frescurinhas”.

    • Ana

      “não pise na grama” – resume bem o que é Brasilia!

    • Ana

      “não pise na grama” – placa tão comum aqui e que, ao meu ver, resume bem o que é Brasilia! triste…

    • Kyo, eu acho que você sabe que a idéia original era mesmo de que a orla do lago fosse repleta de praias abertas ao público, não é? Mas quando existe uma desigualdade muito grande na sociedade a tendência a segregação é muito grande. Infelizmente questões políticas e culturais típicas do Brasil fizeram com que a maior parte da orla desse lago fosse indevidamente ocupada contrariando os planos originais assim como acontece em muitos outros lugares Brasil a fora. Prevaleceu o poder do dinheiro e uma elite. Shoppings ou um grupo de restaurantes a beira de um lago funcionam como agentes segregadores na orla do lago Paranoá. Não sei se é intencional, mas muito me parece ser. Eu não entendo porque que insistem neste modelo! Eles acabam exigindo um público com comportamento voltado ao ambiente e fica muito difícil um cara olhar para um shopping ou restaurante a beira de um lago e imaginar um freqüentador fazendo um “tibum” por ali mesmo. Mas isso é mais do brasileiro, cabeça pequena e cheio de preconceitos. Em Fort Lauderdale, USA, provavelmente todos não dariam a mínima. Aqui na sua cidade, Rio, mesmo em Ipanema e principalmente Leblon existe esta parcela da sociedade que acha cafona e coisa de pobre o simples fato de andar na praia, imagine freqüentar ou cair na água! Eu tenho amigos desse grupo. Uma simples trilha na Floresta da Tijuca é vista como o fim do mundo e uma vergonha social. Os boys e patys da Hípica ou do Cube Caiçaras na Lagoa provavelmente teriam pensado o mesmo de mim se eu fosse lá e pulasse do deck na lagoa. Os boys e patys do Leblon ou Ipanema certamente me olhariam assim se eu os convidasse para ir à praia do Flamengo para um mergulho. O ponto é que cada lugar, sociedade ou parcela da sociedade com suas regras e códigos de conduta. Claro que no fim, o importante é que você tenha curtido o seu mergulho. Eu vou lá ao Caiçaras qualquer dia desses e tentar ver se um pulo lá acaba em alguma diversão. O que a gente não pode é permitir que seja no Rio, Brasília, São Paulo ou em qualquer outro lugar, o espaço público continue sendo cada vez menor, elitizado e seqüestrado como bem privado como vem sendo, ou quando não é, é abandonado e dominado por marginais. Uma observação. “Não pise na grama” é um aviso muito comum nos gramados de Fort Lauderdale, Boca Raton e de tantas outra cidades aonde se preza a ordem e concordo que gramado não é bem uma “natureza”, mas natureza não se resume só em litoral, praia e areia. Você tem grandes referências como os exemplos das cidades de Toronto e Zurchi. Eu não as conheço, mas fale disso sempre que puder e aqui no Rio também. O Rio poderia ser uma cidade muito melhor se os seus rios, riachos e lagoas fossem preservados.
      Espero que aproveite bem Brasília. Tem sim muita natureza na cidade, é só procurar como em qualquer outro lugar. Esse negócio de “natureza artificial” e de “cidade artificial” já é muito démodé e, por favor, não seja mais um carioca tão cafona ou eu me identifico com o teu nome quando pular no Caiçaras, blz? Aquele abç do Rio….

      • OBS: Quando eu falei “carioca tão cafona” foi uma piada,ok meu camarada? Sem nada de intenção de ofença… Abç

    • Ronie

      espaço pùblico, ciclovias na orla, ok.
      eventos barulhentos e desrespeitosos pròximos à àreas comerciais, nao, obrigado.

      você deve ter ido à zurique nas fèrias. eu morei là e te garanto que o desrespeito nao acontece. se rolar mùsica è em estabelecimento fechado com isolamento acùstico. seja no verao ou no inverno. nao tem gente batucando, cantando ou com som alto embaixo da sua janela. ou esporadicamente em espaços pùblicos centrais. nao rola estabelecimento comercial pertubando a paz dos moradores. se querem explorar esse tipo de atividade comercial, qual seja DIVERSAO, musica, barulho, festa e afins, deve arcar com os deveres e custos que a atividade enseja. as pessoas sao educadas, respeitam o proximo. isso sim è respeitar a coletividade, a sociedade!

      • Ronie

        errata: eventos barulhentos e desrespeitosos pròximos à àreas RESIDENCIAIS..

  • Clara

    O que está acontecendo com Brasília ? Eu sou da geração do Renato Russo. Esse medico , se cresceu em Brasília, também é. Naquela época existia o projeto “cabeças” onde os jovens se reuniam nas superquadras para tocar e ouvir bandas de rock . Será que houve um retrocesso nas asas de Brasília ? Estou chocada ! Hoje moro em São Paulo e se este cidadão não sabe o que é barulho de uma cidade deveria passar uns dias fazendo “laboratório ” em São Paulo. Ele iria ver os bares lotados com pessoas vendo jogos de futebol, o parque do ibirapuera e inúmeros shows populares. A cidade não é um quadro numa moldura pendurado na parede para ser apreciada. A beleza de uma cidade está na vida que ela produz, na pulsação que ela tem. Por favor deixem a cidade pulsar!

    • Fredy

      pulsar?
      a custo de quê? da saùde das pessoas? Sao Paulo è um laboratòrio de gente estressada, de violência.. se gosta daquela loucura, entao và morar là!

      nao està acontecendo nada com bsb. o que nao se quer è deixar que esse lugar se transforme em um pandemônio em nome de “arte” e “cultura* para a MINORIA dos “cults e descolados”. esses sim sao filhinhos de papai de classe mèdia, e nao gente que trabalha, è assalariada, acorda cedo, tem criança pequena, nao è recalcado, tambèm frequenta festas, mas tem um mìnimo de sensatez na anàlise.

      nao dà pra comparar geraçao renato russo (numa bsb praticamente despovoada, tocando rock de tarde na entrequadra enquanto a maioria estava trabalhando), com eventos desrespeitosos em locais residencias e estabelecimentos comerciais barulhentos, nè. convenhamos!

    • Clara, faço das suas as minhas palavras. Sem mais!

  • Ana Maria

    nascida e criada em bsb nos anos 8O. outrora frequentadora da noite, hoje tambèm com preguiça..
    uma das primeiras coisas que aprendi quando criança, como aluna de uma das escolas classes das entrequadras, foi que “o nosso direito termina quando começa o do outro”. e este princìpio me pautou durante toda a vida, mas nao o vejo disseminado por aì. o espaço è pùblico, sim. e deve ser utilizado. contanto que nao agrida o outro. moramos numa cidade, e de fato nao è como morar numa fazenda. mas ela tambèm nao precisa se transformar na rua augusta, na vida madalena ou na lapa. ouço tantos discursos colocando a diversao – em nome da “arte” – acima de tudo.. e de gente que se diz politizada, nao elitista.. o extremismo numa posiçao ou outra da discussao me parece injusto, incoerente.

    nao sou reprimida, nem velha, nem rabugenta. acho que o respeito ao silêncio è um direito e um dever da sociedade. barulho incomoda, irrita, pertuba e deixa as pessoas loucas. causa distùrbio sèrios. experimente ter um boteco com batucadas diàrias embaixo da sua janela. as pessoas trabalham, têm o direito de chegar em suas casas e poder estar em paz, sossegadas. ninguèm tem obrigaçao de suportar mùsica alheia, seja là de qual gênero, seja do vizinho, do estabelecimento comercial,ou do carro ao lado. sò nao se incomoda quem està na rua naquele momento pertubando a paz alheia. sim, ao contrÀrio do que li esses dias no fb de uma produtora cultural, mùsica tambèm È poluiçao sonora. do jazz ao clàssico, do funk ao sertanejo.

    nao estou condenando o evento como o pic nic, que acontece esporadicamente e tem hora para terminar. mas esse discurso de diversao e arte sobrepostos a tudo, è burro, extremista. se um estabelecimento comercial, pròximo às residências, utiliza mùsica mecânica ou ao vivo, tv e afins, deve providenciar isolamento acùstico, SIM! como em qualquer lugar em que se respeita o pròximo e a coletividade,

    • Indignada

      Palmas pro seu comentario. Primeira coisa racional que li aqui

    • Patricia

      Concordo com voce Ana Maria. Existe inclusive legislação ambiental estabelecendo limites de decibéis para as diferentes áreas da cidade. Som alto, seja de música, britadeira, ou “diversão”, faz mal à saúde, e não só do ser humano, mas de animais como pássaros, cães e gatos. Comprovado cientificamente. Sei que não moro numa fazenda, e nem quero, mas há limites que devem ser respeitados pelo bem de todos.

      • Patricia

        Acho que há uma tendência dos jovens de esquecer que a cidade também pertence às crianças que têm aula às 7 da manhã, a pessoas que batem ponto no emprego às 8, e idosos que têm tanto direito a sossego quanto os jovens têm direito à sua diversão noturna. Ruído excessivo acontece em todos os lugares de Bsb, não só na orla, até mesmo em áreas residenciais. Acho falta de educação mesmo. Algumas pessoas acham que só têm direitos, e nenhum dever.

    • lafa

      o barulho embaixo da sua janela a que vc se refere, é pq vc mora em uma kit? se sim, kits são para uso comercial e não residencial.

      • Ana Maria

        nao. moro num prèdio residencial que fica virado para a comercial da quadra. onde bares e afins nao deveriam funcionar na àrea dos fundos sem isolamento acùstico,

        nao è discurso de brasiliense.
        isso deveria valer para qualquer cidade do DF, do paìs.

    • Leonardo

      Concordo Ana Maria. O cercamento do calçadão me parece um exagero, algo desnecessário, mas essa simplificação de que cidades são barulhentas e música é arte e eventos culturais devem se sobrepor a outros direitos é burra. Basta olharmos para outras grandes cidades mais civilizadas pelo mundo para vermos a diferença. Nova Iorque é incontáveis vezes maior e mais densamente povoada que Brasília. Também é conhecida como um polo de cultura e diversão dos mais diversos tipos, mas lá também se obedece a regras de convivência que tentam garantir o direito de todos. Não se vê por exemplo bares ocupando as calçadas com mesas cheias de gente bebendo ao ar livre. E não é só porque faz frio. O verão por lá é muito quente, mas calçada é lugar de ir e vir, não área privada do dono do bar. E beber ao ar livre, fora de estabelecimentos credenciados é proibido. E se o bar tiver musica ao vivo ou DJ, deve ter obrigatoriamente isolamento acústico, para incomodar o minimo possível os moradores da região, que podem ter que acordar cedo pra trabalhar ou simplesmente têm o direito ao silencio noturno. E o maravilhoso High Park, exemplo de revitalização urbana e ocupação verde de espaços pela população, fecha a noite para não incomodar os moradores que vivem em volta do parque elevado. E ninguém acha que novaiorquinos são um povo intolerante ou que a prefeitura está agindo contra a cultura ou querendo transformar a cidade em uma fazenda. Essa história de que obrigar casas de show e bares a ter isolamento acústico é ir contras as artes é a maior bobagem que eu escuto sobre esse tema. É uma obrigação do empresário assim como cumprir com as normas de vigilância sanitária. É assim em qualquer cidade civilizada do mundo. Incivilizado é achar que tem o direito de colocar música alta em local aberto até a hora que bem entender. Comprar só uma loja e espalhar mesas privadas pelas calçadas e gramados públicos e dane-se todo o resto da população que não tá afim de participar pelos mais variados motivos.

      • Ana Maria

        exatamente!

      • Concordo com Leonardo e Ana Maria !!! Mas sou contra a tal “praia particular”…..apropriação da orla do lago…… e sou a favor de fazer calçadão por lá e de ter segurança e manuntenção do local. Esse negocio de cercar area publica ,sou contra!!

    • Concordo com o comentário! Assino embaixo!

    • OdeioMeusVizinhos

      Até que enfim alguém com bom senso aqui!

    • Uirá

      Perfeito comentário, Ana Maria. Estava faltando racionalidade nos discursos de “liberdade” postados aqui. Muitos comentários me pareceram coisa de gente mimada, acostumada a não ter limites na vida. Não concordo com medidas extremas, como proibir eventos no Calçadão da Asa Norte, mas pedir respeito aos níveis de som estipulados em legislação não me parece nenhum absurdo. Gostaria que existisse uma orla pública em todo o perímetro do lago, com ciclovia, calçadão e outras estruturas de lazer. Mas acho que, independente de ser um espaço público ou privado, o seu uso deve ser regulado sim.

    • MOACIR

      Concordo muito com vc Ana Maria, da mesma forma que a cidade não é só do cidadão Benedito, presidente da tal associação também não é da coletividade que acha que é proibido proibir. O que a articulista defende, que a cidade é “pública” vale também para quem pensa que o sossego dos outros lhes pertence.

    • Nayara Santos

      Ana Maria, concordo plenamente com você!
      Nasci em cresci em Brasília nos anos 90. Hoje, com 23 anos, vejo como tudo está diferente na cidade. Na minha infância, quando eu deitava pra dormir, o máximo que eu ouvia era o barulho dos carros passando na L2 sul. Hoje, nos finais de semana, tenho que conviver com som alto até 3h, 4h da madrugada. Isso porque moro, literalmente, ao lado do Mc Donald’s e os jovens que saem das baladas fazem a “saideira” na lanchonete e fazem da rua uma boate a céu aberto. E não é exagero, daqui de casa (404 sul) consigo ouvir as festas e shows que acontecem no Setor de Clubes! Já ouvi show do Seu Jorge, Falamansa e outros “de graça”. De graça entre aspas porque o preço que paguei foi o meu sono.

      Todos têm o direto de se divertir e não quero nunca que esse direito seja proibido. Mas quero também que o meu direito ao sono e descanso seja respeitado!

    • De acordo.

    • Mary

      Parabéns Ana Maria, faço minhas suas palavras!

  • Carlos

    Muito interessante o fenomeno brasiliense. Como sera que se pode resolver ou discutir este problema? Sera que ir prestar declaracao que existe gente que presta declaracao sem razao? e’ convidar os que reclamam a participar pessoalmente? e’ avisa-los que vai acontecer? Dialogo?

  • Esse lado de Brasilia me deixa com muita preguiça. E pior é que aqui o direito privado se sobrepõe a tudo. Eu até entendo o cara que mudou pras superquadras ou pra casas no Guará, Cruzeiro, Taguatinga, Sobradinho, nos anos 70 e 80 e vivia num clima de cidade do interior e hoje fica fulo da vida de chegar em casa e não ter onde estacionar ou ficar ouvindo música alta. Acho que tudo tem um meio termo aqui. Uma cidade com 2,5 milhões de habitantes e uma demanda por entretenimento, cultura e lazer cada vez mais vasta (até rio quando as pessoas falam “que a cidade esvazia” no natal, réveillon, carnaval, etc – pelo contrário, aí é que fica lotada de gente em cinema, bares, restaurantes, monumentos, parques etc), precisa saber conviver com isso.

    O curioso é que, tipo o Centro de Atividades (olha o nome do lugar) no Lago Norte de repente virou área residencial e uma única reclamação de um morador foi suficiente pra obrigar um estabelecimento a gastar R$ 50 mil pra botar isolamento acústico. Era isso ou fechar. Uma hora fechou. Aí vem até no Setor Bancário Sul, o pobre do dono do Calaf, uma instituição brasiliense, que há dez anos traz samba, rock and roll, black, soul, suor, cerveja e lágrimas aos locais, se vê obrigado a mudar de lugar porque sei lá quem (alguém mora no SBS?) dá pitizinho com o local. A orla, como foi dito, virou mais um espaço de especulação imobiliária.

    Esse espaço no fim da Asa Norte é um lugar fantástico. Eu já fui lá umas dez vezes e, curiosamente, nunca fui a uma festa ali. Só soube de uma ou duas. Aí nego pega a exceção pra já querer cercar o lugar, cagar regra e talz. PQP, fala sério.

    Aqui, ao contrário de outras cidades, não se pensa no meio termo. Sempre vem primeiro o cerceamento. Fico pensando… será que ninguém mora na Lapa, no Rio? Ou na Rua Augusta? Ou na Vila Madalena? PQP!!! Eu vou ser bem descortês, ao contrário da distinta e inefável autora do texto e dizer: BANDO DE CHATOS!!! Rabugentos!!!

    Com tanta gente jogando contra, vou te dizer: além da geração chata, que hoje parece mandar em tudo aqui, vamos criar uma geração de reprimidos.

    Beijos

    • Clara

      Concordo contigo, gente intolerante!

      • tatiana

        perfeito…

      • Rodrigo Ferreira

        Acho engracado os comentarios de quem defende que um barulhinho a mais nao faz mal a ninguem. Ou seja, quando os barulhentos decidirem fazer “seus barulhinhos”, quem está incomodado que se retire de suas casas? Realmente somos um povo muito atrasado.

    • fabricio monteiro ferreira

      Concordo plenamente! Ranzinzas por natureza.

    • Olá Felipe. Eu sou de Brasília e eu vim morar no Rio quando ainda tinha 12 anos de idade. Infelizmente, porque não gostei e até hj não morro de prazer. O ponto é que aqui acontecem coisas parecidas, ja que mencionou a cidade. A Tijuca vive enfornada entre a zona norte e a Serra Carioca apenas a 7km da praia de Ipanema, porém para se chagar a praia é preciso dar uma volta de 19km em trânsito caótico ou mesmo de metro porque o projeto original do metro no sentido contrário e mais próximo através do túnel da rua Uruguai, projetos de 40 anos atrás não saem do papel porque a Associação de Moradores da Lagoa junto com outras não o permite. Resultado, masi um problema que agrava mais ainda uma cidade disfuncional, travada e caótica por causa da falta de ótica de uma minoria, não só neste projeto, mas em outros também por toda a cidade. Na Lapa, lugar que sempre freqüento, o barulho é mais tolerado e quase bem vindo. É um problema, mas é visto como muito melhor do que o problema anterior. Significa que a revitalização continua em curso, mais negócios, mais segurança e uma realidade bem melhor do que a de algumas décadas atrás, na escuridão e na marginalidade.Mesmo assim em muitos lugares são exigidos soluções de acordo com os códigos do município. A respeito de Brasília, minha cidade que eu amo tanto, fico triste por ver tanta “falta de noção” espalhada pelo ar, mas vamos ser sensatos. Tudo é também resultado da nossa cultura como brasileiros. No país todo, o rico acha que tem o direito de tomar a praia a frente de sua casa como particular, propriedade dele. Muitas vezes ainda faz uso do argumento da segurança. O pobre por sua vez acha que porque é pobrinho, tadinho, não tenho nada então tenho o direito de invadir. O sem educação, não pode ver um espaço público que estaciona o seu carro, abre o porta-malas e força a todos por perto a escutar a droga da sua música, na maioria das vezes, uma porcaria qualquer. Nós brasileiros não somos educados para ter um bom comportamento e relacionamento com o espaço público ainda e a nossa cidade tem um problema sério do qual eu sempre falo. Ela ainda é nova demais. Pode já ser populosa, mas ainda é nova. Somos poucos brasilienses cercados por uma multidão de outros estados e cidades. Somo poucos na administração da cidade e ainda tem esse seqüestro da história pelo popular que gera concepções errôneas de coisas como a definição do que é o DF e o que é a cidade de Brasília. Pior, ainda existem muitos em Brasília que não passam de aventureiros e forasteiros que foram para a cidade nos primeiros anos apenas em busca de oportunidade para enriquecer a qualquer custo. Muita gente ainda chega à cidade com este propósito. Grande parte da especulação que a cidade sofre é resultado disso. Paulo Octavio como exemplo, se pudesse provavelmente construiria prédios nos gramados das Super Quadras e dane-se a destruição que isso geraria na cidade. Como ele existe centenas ou milhares e fica difícil gerenciar construtivamente um ambiente nestas condições e pior ainda quando o ambiente não tem uma tradição cultural muito concreta. A impressão que tenho é que parece que todo mundo quer definir e redefinir regras e até a divisão política e geográfica do DF de acordo com seus próprios critérios ou vontade. Daqui a pouco tem gente de Goiás Velho falando que é Brasiliense. Nada de preconceito ou contra Goiás Velho a qual conheço e adoro ou qualquer outra cidade. Aqui a questão é da identidade local, a identidade da minha cidade. Eu, como brasiliense gostaria muito de ver o lago mais democrático e isso só vai acontecer se a sociedade em Brasília se unir nesta direção reconhecendo também que é preciso reavaliar princípios de comportamento e de relação com o ambiente público, caso contrário as associações continuarão vencendo.

      • Jorge Henrique Cartaxo

        Valeu Leonardo, belo texto e reflexão. Brasilia é mesmo uma delicia de cidade. temos problemas crescentes, mas temos que resolve-los preservando nossas características, origem e conceitos. Destruir isso em nome de uma suposta “democratização” do uso do espaço público é uma absurdo.

    • Fredy

      você gostaria de morar na lapa, na augusta ou na vila madalena? para se divertir è bacana, mas eu duvido muito que quisesse morar em algum desses lugares.. e, levando em consideraçao o caos que sao essas cidades e o nìvel de stress que vivem as pessoas, alèm da violência e outras cositas màs, nao seria inteligente nivelar por mais qualidade de vida para as cidades do que querer rebaixar BsB ou qualquer outra semelhante à situaçao caòtica dessas metròpoles? se nao pode analisar algo inteligentemente, colega, ao menos seja razoàvel.

      • Concordo. Eu nasci em Brasília e por ser filho de uma carioca eu costumava passar todas as férias no Rio desde recém-nascido. Quando meu pai se aposentou e decidiu mudar para o Rio eu tinha 13 anos e fiquei todo animado. Falava dos planos com os amigos e tudo mais, mas quando tudo se concretizou a realidade foi cruel. Eu aqui no Rio me lembrava de quando em Brasília eu descia, abria a porta do elevador e encontrava um gramado, árvores e espaços à vontade. Saudável para qualquer um, mesmo que não fosse uma criança. Derepente eu estava ali, saindo da portaria da minha nova moradia na frente da Avenida Conde de Bonfim no Rio de Janeiro, avenida movimentada, violenta e poluída. Sem espaços, poucas árvores, sem gramado, só transtorno. Eu passei a odiar mesmo já conhecendo o Rio desde pequeno. Uma criança não gostando de uma cidade com litoral tem alguma errada, não é? E com certeza no meu caso não era comigo. Hoje eu tenho um relacionamento mais tolerante com a cidade. Enfim, muitos que conheço de Brasília e Minas me falam, “ôh cara, você mora no Rio, tem praia e tal”. E daí, eu pergunto. Qual o problema das pessoas em Brasília com praia, meu Deus? Não é tudo não. Para ir à praia aqui no Rio eu sofro dirigindo 19 km dando voltas na cidade para chegar a um lugar que fica geograficamente a 7 km de casa. O meu ponto é que isso não é funcional. Claro que não são 1.120km, mas não me faz diferença quando a gente chega estressado na ida e volta também estressado mesmo indo de metro. Fora o fato de que para se fazer qualquer coisa no Rio é complicado. Hoje se eu vou à praia quatro vezes no ano já fui demais. Do que me adianta praia quando que para curtir um espaço saudável parecido com o que temos em Brasília nas nossas portas eu tenho que me estressar? Aí me falam da qualidade em Taguatinga e até de Samambaia. Sem discriminação mas meu entender, são cidades do DF assim como Brasília não deixa de ser também só mais uma, mas são cidades do DF com identidades próprias. Não são Brasília assim como Niterói não é Rio. Mas enfim, para aqueles que querem encontrar o mesmo padrão de qualidade de vida que Brasília oferece em todos os seus lugares em cidades como o Rio, São Paulo ou qualquer outra cidade convencional repare-se para se desdobrar e comer muito asfalto! Aborrece-me muito o fato que parece que o passatempo predileto das pessoas em Brasília é falar mal da cidade, principalmente as de fora. Parece que é muita gente de fora relutante que tem dificuldade de aceitar a mudança e de interagir ou desenvolver outro meio social em outro lugar. E observo muita gente de Brasília também repetindo besteiras. Parece que existe uma herança de clichês e estigmas criados pelos primeiros moradores da cidade que vive contaminando o ambiente. Não quero achar que Brasília tem que ser aceita como a melhor cidade do planeta mas é sim uma cidade com atrativos maravilhosos assim como eu reconheço muitos no Rio, mas no que diz respeito a qualidade de vida, Brasília é incomparável. Nós temos que admirar e prestigiar mais a cidade que temos. Temos que cuidar mais e nos envolver mais no que acontece na sua administração porque pelo que me consta, Brasília esta correndo um sério risco de ser desfigurada irremediavelmente e para sempre.

      • Jorge Henrique Cartaxo

        Exatamente Fredy..não podemos trazer para Brasilia o mesmo caos urbano que caracteriza o hoje todas as capitais estaduais do País..

    • Adorei a crítica. Realmente tô com esse pensamento..Geração que já foi coca cola agora é chá das 5.

      • Ana Lúcia

        Moro em Brasília desde 1975 e amo tudo isso aqui e já viajei por outros lugares, dentro e fora do Brasil e acho que aqui é o melhor lugar do mundo, principalmente minha quadra a 104 norte

    • Sabe o que é mais impressionante, muitos desses que reclamavam desrespeitam regras básicas, como a proibição da captação de água do Lago Paranoá, constroem deck’s particulares e aquelas rampas pra descer com a lancha (não sei o nome, mas enfim), o lançamento indiscriminado de esgoto no Lago.. Ou as de causas “naturais”, como o assoreamento e poluição dos córregos que desaguam no LP? Preservação das espécies de peixes, aves e até mamíferos?

      Será que essa associação não deveria se preocupar com essas questões, que são muito mais sérias?

      Como vc disse, esse tipo de coisas e pessoas me dão preguiça!!

  • Clarisse

    Sou frequentadora assídua do piknik, um dos eventos mais descontraídos e democráticos de Brasília. O palco não é nada comparado com o rock in rio… Mas é de tamanho razoável pra quantidade de pessoas presentes. Sempre, sempre, respeita o horário de 22h para acabar o som. Sou a favor do evento e de muitos outros que possam se assemelhar a ele! 😉

    • Adoxim

      Não é questão de horário, som alto incomoda em qualquer horário e pode levar a problemas de saúde. Brasília é a capital dos folgados, espaçosos e barulhentos, como se a alegria dependesse do volume do som. Som alto é questão de saúde pública, mas sem a ajuda dos órgãos de segurança pública o GDF não está conseguindo combater os excessos.

      • Aline

        exato!

      • Mary

        Concordo totalmente, a diversão não está associada ao volume do som. Pode-se ter diversão sem perturbar o sossego daqueles que se divertem curtindo a paz de seu lar.

  • Fernando Ritter

    Ano passado, tentei iniciar um passeio de caiaque com meu pai partindo do Pontão – algo que fizemos algumas vezes antes da concessão pública ser efetivada. Para nossa decepção e embaraço ao caminharmos em direção ao lago, já com a embarcação montada, em baixo dos braços, eis que surgemum segurança nos proibindo de aproximarmo-nós do Lago Paranoá! Ele explicou que estávamos fazendo algo proibido. Então perguntei quanto às outras diversas embarcações ali presentes e para minha surpresa ele disse que nenhuma delas havia sido colocada na água naquele local. Argumentei que a Orla é pública e que ele não poderia nos impedir. Ele afirmou que naquele local a orla é alvo de concessão e que por isso, existem regras estipuladas pelo grupo concessionário. FOI DEVERAS CONSTRAGEDOR E DECEPCIONANTE!

    • Geórgia

      Nossa, que absurdo! Acho que precisamos organizar um rolezinho no Pontão!

      • guilherme

        Sou canoísta a quase dez anos e algumas vezes parei no pontão ajustar alguma coisa no barco. O Segurança se dirigiu a mim dizendo que não poderia retirar a embarcação da água pelo pontão, ouvi todo o discurso dele, questionei alguns pontos, reclamei e por fim disse que não era minha intenção retirar o barco da água naquele ponto. Isso acontece até hoje.

      • Clara

        Boa!

    • Hugo

      Também já sofri constrangimento lá só por sentar embaixo de uma das palmeiras. Dois seguranças me cercaram e me forçaram a levantar. Achei absurdo.