A revolução do gênero, que estampou a capa da National Geographic deste mês, acontece aqui e agora, ao nosso redor, na nossa geração. É especial demais poder assistir a isso, participar disso de alguma forma.

A revolução já estava aqui há muito tempo, desde que o mundo é mundo talvez, mas como tudo na vida, só passou a “existir” e ser visível à medida que foi possível pessoas deixarem de sentir medo e culpa de ser quem elas são.

É verdade que ainda há muito, mas muito mesmo a caminhar. Fico sempre congelada de horror quando ouço, de gente supostamente esclarecida, tantas e tão superficiais certezas e definições a respeito do outro – de um outro que, além de tudo, é um total desconhecido.

Gente supostamente esclarecida costuma classificar e definir rapidamente a verdade do outro, o que ele deveria ser, o que ele não pode ser. O outro. A frustração própria sempre deságua nele.

Tenho uma curiosidade mórbida por essas pessoas com tantas certezas sobre o que não vivem, e tão poucas dúvidas e empatia. Mas tenho uma curiosidade maior, de intensa admiração mesmo, por quem é o que é. Por quem é transparente e honesto consigo mesmo, e vive sua verdade. É preciso uma integridade absurda pra viver uma verdade difamada pela imensa maioria.

Para quem quer se iniciar no tema, recomendo a série Liberdade de Gênero, exibida pelo GNT, que, além de didática, apresenta personagens profundamente bonitos.

Outra sugestão é a mostra do CCBB: “Um Outro, Eu Mesmo – Variações sobre Gênero no Cinema”. De 20 de janeiro a 13 de fevereiro, marque aí na sua agenda, serão exibidos gratuitamente 25 filmes, entre longas e curtas, de 12 países. Uma programação pra quem quer aprender e se encantar com a diversidade do mundo.

Como disse a incrível-maravilhosa-diva Meryl Streep, citando outra mulher poderosa: Pegue seu coração partido e o transforme em arte. Mergulhar em arte também serve. Um mantra para a vida.