Há três anos, contei aqui como conheci a Célia Estrela e me apaixonei pelas louças que ela pinta à mão. Foi naquele dia que ficamos amigas, e eu nem sabia disso ainda. O Quadrado é assim, faz a gente garimpar pessoas especiais pelo caminho e algumas delas, felizmente, permanecem.

Hoje, tenho a maior honra do mundo de voltar aqui pra contar que, pela segunda vez, escrevi a apresentação de um livro dela, que será lançado logo mais no CasaPark. O livro é sobre decorações de mesas de Natal, mas é da Célia, então claro: não é só sobre isso.

É sobre criação e autenticidade. Só a Célia pra fazer um livro com 35 mesas de Natal sem um único pinheiro, o lugar comum mais comum de todos. São as mesas de Natal mais lindas do universo, e as estrelas da decoração são galhos, folhagens, frutas tiradas do pé. Quer dizer: tem as louças da Célia também, e isso não se encontra em qualquer lugar, mas sabemos onde.

É sobre raiz e essência também. Em um ensaio fotográfico que encerra o livro, Célia mostra detalhes de decorações na fazenda onde passou a infância, quase na divisa de Goiás com Minas. São fragmentos da origem de sua inspiração. Desde sempre, as matérias-primas preferidas dela não são vendidas em loja: estão ali, no chão e nas paredes de uma fazenda.