“Bagunça organizada”. “Só eu entendo minha lógica”. “O caos necessário à criação”. NOGUEIRA, Carolina, desde sempre.
Pois ontem peguei minha resolução de ano novo com as duas mãos e botei tudo abaixo. Tirei todo meu material de desenho das caixas: tintas, canetas, goivas, blocos, pinceis – tudo o que eu uso muito menos do que deveria, e que desconfio que seja justamente porque andava demasiadamente escondido, dos meus olhos e do meu coração.
Confesso que foi em leituras meio fúteis que me dobrei aos mantras que minha mãe repetia desde que nasci (e que repito em vão pros meus filhos): as meninas do Oficina de Estilo me convenceram de que é melhor ter menos, mas totalmente à mão, do que ter um monte do que você nem lembra que tem.
Voltei meu foco instintivamente pras minhas caixas e caixas de material de desenho. Ao contrário da balela do caos criativo onde sempre me escondi, passei a achar que a urgência da organização ali é ainda maior: se já é trabalho danado transformar a ideia em desenho, imagina se a canetinha que ele pede estiver dentro de uma caixa, atrás do grampeador, debaixo do rolo de fita crepe, com o barbante levemente apoiado sobre ela. Na criação, a técnica inspira a obra – então as ferramentas simplesmente têm de estar por perto.
Feito o inventário da minha vida artística, caí neste texto incrível do meu querido João Rafael Torres. Pronto. Oportunidade perfeita pra dividir com você as lindezas que esse moço escreve e deixar o convite: bora dar uma faxina na vida?
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Isabella costa
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Isabella
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Alfonso