Cheguei ao Catetinho revirando na memória a última vez que visitei aquele recanto de mata e águas cristalinas – me perguntando porque não fazia isso mais vezes. Mal sabia eu que não estava voltando ao ponto turístico mais bucólico, à primeira residência presidencial da nova capital, ao primeiro museu de Brasília: estava voltando no tempo.
Era um convite das meninas da Tríade para visitar a menina dos olhos delas: o programa educativo Visite o Catetinho, que promove, por meio do teatro e da música, um verdadeiro mergulho na história da construção de Brasília.
Os atores encarnaram Juscelino e sua trupe. A história da cidade é contada em um texto poético, metafórico, delicado – que é, ao mesmo tempo, alegre, animado, divertido. A turma do ensino médio que estava junto comigo não descolava os olhos da história que se desenrolava – dos meus, não nego, escaparam umas lagriminhas de emoção, saudade, orgulho ou outros sentimentos misturados não consegui definir (nem evitar).
Se eu tivesse que escolher uma palavra só para esse programa de educação patrimonial, seria: emocionante.
É inescapável para quem nasceu ou imigrou pra cá, inevitável para quem chegou ou é filho de quem chegou por aqui naqueles tempos: é a emoção de revisitar a nossa história familiar, a nossa história de vida, de tantas outras histórias aqui vividas. Histórias de tantos homens e tantas mulheres, igualmente e inegavelmente marcados pela construção de uma nova capital bem no coração do Brasil.
Acontece que sábado agora é o dia do patrimônio histórico, sabia? E as meninas da Tríade vão dar de presente para Brasília esse amontoado de emoções que eu tive o privilégio de sentir numa tarde quente de julho.
Porque mais do que contar uma historinha, mais do que emocionar os mais manteiga-derretidas, o que elas querem é conscientizar a gente. Fazer a gente entender esse sentimento lindo de ser parte de um patrimônio – algo que, bem contrário de uma “posse” irresponsável, exige amor, cuidado, preservação.
Esta cidade aqui é sua: é seu chão, é sua terra – de nascimento ou de adoção. Quando a gente tem essa consciência, todo o resto é consequência.
Bora?
Visite o Catetinho
Programa educativo em comemoração ao Dia do Patrimônio Histórico
Sábado, 17 de agosto, às 10h
Museu do Catetinho, BR 040, Km 0, retorno próximo à Polícia Rodoviária Federal
A Tríade oferece transporte gratuito com vagas limitadas saindo às 9h20 no Teatro Nacional. Reservas pelo telefone 3274-3971.
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