A sincronia olímpica do ipê amarelo

Em 11 de setembro de 2012 por Dani Cronemberger

Setembro, auge da seca brasiliense, a gente parece ter perdido o último verde que restava. Então você vai dormir com tudo marrom à sua volta e, horas depois, acorda em uma cidade diferente: os ipês pintaram Brasília de amarelo.

Quantas vezes você viu isso acontecer? E quantas vezes você se surpreendeu com esse mistério do cerrado? A sincronia dos ipês é tão incrível que a gente toma um susto, o mesmo susto bom, todos os anos.

No eixão norte e sul, ao lado do bar, na frente do bloco, perto do trabalho, no caminho da escola: é inacreditável, todas aquelas árvores explodem de cor ao mesmo tempo. Parecem contar um, dois, três e já.

Além da sincronia olímpica, a minha admiração pelo ipê vem do seu senso de oportunidade. É a beleza certa na hora certa, exatamente no momento em que a cidade mais precisa de cor, de paciência. Você olha aquele amarelo berrante no fundo azul e esquece do calor, do hidratante, de tudo. É a inteligência do cerrado dizendo ei, nem tudo é preto e branco.

E na velocidade que vem, o amarelo vai… Talvez porque queira chamar sua atenção. A gente costuma olhar mais quando sabe que vai durar pouco. Será?

PS: As fotos aqui foram postadas entre domingo e segunda, no Instagram. A de cima é do @nivasgallo. As de baixo, por ordem: @antbrito, @cesarkazuo, @gabribarcelos, @kemy_chan, @licawb, @rsavio. Vai ser uma semana de amarelo nas redes sociais, mas esse é um tipo raro de viral: não enjoa!

                     

Bora?
Dá uma olhadinha no ipê mais perto de você. Vai dar tudo certo!