Amanhã é aniversário de Brasília e eu te pergunto: o que você celebra em Brasília?

Eu celebro o sol, o céu, as árvores. Celebro a plataforma superior da rodoviária, com a vista mais linda da cidade futurista. A ciclovia da Asa Norte, a ciclovia ao redor da Torre, celebro a Feirinha da Torre. A Feira do Guará, o eixão fechado pros carros aos domingos. Celebro cafezinho gostoso nos cafés bonitos da cidade, cerveja gelada no Beira e no Pardim, o samba do SCS. Celebro as pessoas que estudam na biblioteca da UnB, as que levam crianças e cachorros pra fazer SUP no Lago, celebro o por-do-sol da Ermida. Uma amiga que foi embora de Brasília há pouco tempo estava tão sufocada pelo isolamento social que a cidade causou nela que ela acha que Brasília não tem nada pra celebrar – mas ainda assim, mesmo sem perceber, ela celebra a saudade de acordar com passarinhos e da segurança que a cidade ainda tem. Outra amiga querida que chegou em Brasília há pouco tempo celebra a calma dessa cidade, o Bambambã  e a Feira da Ceilândia. Eu celebro ainda os dois clubes de Vizinhança, o Clube do Choro, a Escola de Música. Celebro o Buraco do Jazz. Celebro a música boa dessa cidade, tão maltratada e ameaçada.

Amanhã vai ter show do Hermeto como parte do República Blues, vai ter PicNik, vai ter a feirinha Nosso Plano, só com lindezas, vai ter festival da cerveja local, vai ter uma festa legal na Cervejaria Criolina.  Vai ter também um encontro muito bacana pra quem quer discutir direito à cidade com uma turma muito engajada. Vai ter então um findi daqueles, cheio de eventinhos e feirinhas e desculpas pra encontrar os amigos. Queria ir em todos, eu curto eventos – mas eu celebro mesmo é a cidade.

Foto: Zuleika Souza