Senhoras e senhores que querem mudar o mundo, por aqui por favor. Preciso contar pra vocês como foram nossas Mesas Quadradas na Feirinha – nossos papos com pessoas incríveis, na mesa e na plateia, tão instigadas quanto a gente no desejo de transformar Brasília.
Nossa primeira mesa foi olhar pro FAC, que inclusive patrocinou a Feirinha: tentar entender este mecanismo incrível de produção de cultura e de transformação, observar por que ele parece tão complicado e como podemos facilitar o acesso das pessoas a esse tesouro, que é um dos maiores programas de fomento cultural do país.
O subsecretário Thiago Rocha explicou as várias linhas do programa – e falamos um pouco do que sempre se fala quando o FAC é assunto: que é um programa grandioso e bem-sucedido, mas que a burocracia continua sendo um empecilho enorme, e como é difícil descentralizar o investimento e garantir qualidade e igualdade de acesso.
Mas vi que o papo foi bom mesmo quando esbarramos em impasses sobre o FAC que eu não conhecia – e pros quais não existe solução simples. Olha só:
– “Sempre os mesmos” x bons projetos que morrem – A gente reclama que os mesmos projetos são contemplados, mas também lamenta quando um bom projeto acaba. Interessante pensar que qualidade se aperfeiçoa, e que continuidade não é sempre ruim.
– Desburocratizar x profissionalizar – Débora Aquino provocou: artista tem que aprender a cumprir edital, sim, e lidar bem com burocracia – assim como um dentista, que aprende a administrar seu consultório. A gente sabe que fazer arte não é algo técnico como obturar dente, e que burocracia rouba tempo de criação. Mas talvez valha lembrar que ela existe pra evitar abusos.
– Recursos pra projetos x espaços abandonados – Max Maciel questionou se o investimento nos projetos não retira o foco da gestão dos espaços culturais da cidade. Você acha?
Viu que a conversa foi fundo, né? Mas a melhor parte foram nossos participantes da plateia, super interessados, que entraram na discussão e apresentaram demandas.
Uma mocinha sugeriu uma linha regionalizada também pro FAC Conexão. Um professor sugeriu como inspiração as diferentes linhas de pesquisa do CPNq, mais curtas e mais longas dependendo da robustez da pesquisa. Esse mesmo moço sugeriu uma monitoria tira-dúvidas sobre o edital. Achei genial, mas fiquei pensando depois se isso poderia levantar suspeitas de relação privilegiada (imagine o Cespe tendo um plantão tira-dúvidas pro vestibular). Mas por que não pensar em cadastrar agentes culturais experientes pra ajudar os novatos a lidar com a burocracia?
Amei demais essas e outras intervenções, o que comprova que nossa plateia = melhores pessoas.
Amanhã vou contar sobre a segunda mesa, que rendeu muito papo bom sobre como pessoas comuns estão transformando a cidade – sem a ajuda de governo nem de nada, só com a força do comunitário.
Bora?
Links úteis sobre o FAC:
- Página do FAC, que infelizmente não traz um panorama claro sobre os editais e suas datas de abertura.
- Matéria do G1 que dá um bom panorama do que é o programa e as diferentes linhas de fomento (e cobra mais estatísticas).
- Link pros editais da SeCult. Vale ficar atento, porque os editais pras principais linhas do FAC (Audiovisual, Áreas Culturais, Regionalizado, Ocupação e Manutenção de Grupos e Espaços) costuma sair agora entre julho e agosto. Aqui link pro edital permanente pro Conexão Cultura.
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Edu- BH
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