Sábado passado conheci uma pessoa linda chamada Patrícia. Intensa, forte, daquelas que você vê pelos olhos dela que ela come a vida todos os dias no café da manhã. Ela é de Recife e mudou pra Brasília em 2012 – ou seja, no ano que o Quadrado nasceu. Quando Patrícia soube que eu que escrevia no Quadrado – é justo flexionar esse verbo assim, no pretérito imperfeito – ela me agradeceu. Ela sinceramente me agradeceu.
Contou o quanto conheceu Brasília pelos nossos olhos. A quantos lugares ela foi porque nós indicamos. Quantos momentos bonitos viveu, quanta gente maneira ela conheceu. Contou como o Quadrado fez ela conhecer Brasília, amar Brasília, se abrir a essa cidade. Eu rapidamente comecei a me desculpar, como frequentemente faço: “o Quadrado está tão abandonado…”. Ela não aliviou, não. E falou essa frase, que está me fazendo rir até hoje: “eu fico, às vezes, lá em casa, pensando – o que será que aconteceu com essas meninas pra elas pararem de escrever desse jeito? Se empregaram, certamente. Elas deviam ser desempregadas, faziam isso enquanto tinham tempo, procurando emprego. Agora se empregaram”.
A Patrícia não está de todo errada. Eu e a Dani já trabalhávamos com horário fixo em 2012, mas num ritmo mais leve. Nós duas assumimos um monte de outras coisas de lá pra cá – trabalhos, projetos, passamos por alguns quebra-molas na vida pessoal – e realmente o Quadrado foi saindo do ritmo que um dia tivemos.
Junto com isso, veio vindo um questionamento profundo sobre nossa missão com este site. A gente já falou de tanto restaurante, lojinha, café, de tanta feirinha, festa, festival, que muitas vezes nos perguntamos se vale a pena mostrar mais um café, mais uma feirinha, mais uma festa. Sem falar na consciência de mundo que foi despencando na nossa cabeça com cada vez mais violência: vale a pena falar de cafés que cobram trinta reais num ovo mexido quando, meu deus, preciso terminar essa frase?, quando o mundo está aí como está. Mas até a resposta a essa pergunta também tem mudado um pouco de perspectiva mais recentemente. Será que é parando de falar sobre as coisas boas da vida que o mundo melhora? Talvez não, né?
Estou aqui dividindo com vocês – e com a Patrícia – o que anda passando pela alma do Quadrado, minha e da Dani. Vontade de pensar sobre nossa cidade e sobre o mundo e sobre a vida não vai nunca faltar por aqui. Carinho pela comunidade linda que criamos não falta, também. Tempo, às vezes, falta – mas a gente dribla isso.
Vocês querem dividir com a gente o que pensam sobre tudo isso? Com que cara está a Brasília de 2019? Que inquietações, que vontades, que novidades vocês estão perseguindo?
Não sei se vocês estão com saudades da gente como a Patrícia está – mas eu estou com saudades de vocês. 😉 Bora fofocar aqui nos comments?
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Janira Borja
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Estevon Nagumo
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Agatha Christie Vaz Gomes Cost
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Felipe
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Fernanda Baldo
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Isabela Ornelas
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Ronaldo Moura
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fabiominghetti
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Patricia Monteiro
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Felipe
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pedro
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Débora Cronemberger
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Priscila Pereira