Queridas pessoas que acompanham o Quadrado,

Venho por meio desta fazer um convite para uma ação conjunta: espalhar o filme “Em Defesa da Família”, documentário em curta-metragem, brasiliense da gema, que dirigi com o apoio fundamental de uma equipe linda, listada logo abaixo. Hoje, Dia Internacional Contra a Homofobia, ele foi lançado na internet: basta clicar aqui pra assistir e compartilhar!

São 20 minutinhos que você pode mostrar pra sua família, pros seus colegas de trabalho, pra todo mundo que você acha que precisa assistir. Precisar é verbo importante aqui, porque uma boa luta se luta conversando com pessoas que pensam diferente da gente.

É por isso que o filme não foi feito pensando em mim mesma ou nos meus amigos. Ele foi feito pra quem só tem acesso a estereótipos. Pra quem não se enxerga como preconceituoso, mas torce o pescoço quando vê um casal de dois homens ou duas mulheres sendo apenas um casal. Pra quem houve piada homofóbica no bar e ri junto. Pra quem acha que existem famílias e não-famílias. Pra quem não sente empatia e, portanto, não considera o tema importante.

O curta foi filmado em 2015, quando o Congresso ainda reverberava a polêmica em torno do projeto de lei conhecido como Estatuto da Família, que declara: só é família a união de um homem e uma mulher. Excludente e irreal, essa definição nega a existência de milhares de famílias como a minha, e como a de Marília e Vanessa, personagens principais do documentário ao lado dos seus três filhos.

Em 2016, o “Em Defesa da Família” passou por nove festivais, foi premiado em quatro, e tivemos bonitas experiências. Mas as plateias de festivais de cinema costumam ser confortáveis pra essa temática: estamos lá, quase sempre, falando com iguais ou semelhantes. E a mudança de pensamento passa, necessariamente, por um diálogo mais difícil. É liberando o filme na internet, e compartilhando ele com a ajuda de vocês, que temos uma chance maior de fazê-lo chegar ao seu público-alvo.

Este é um post marqueteiro, admito, mas em minha defesa posso dizer que é um marketing do bem, com intenções claras e sinceras. Este filme, feito com muito amor pela equipe e financiado voluntariamente por cerca de 400 pessoas, é a nossa pequena contribuição em uma batalha diária que se chama homofobia, que além de agredir nossos ouvidos e corroer nosso estômago, mata. E mata muito: uma pessoa a cada 25 horas no Brasil.

Um filme não resolve tudo, nem de longe. Mas é parte de uma corrente, de um desejo de reação, que não pode deixar de existir.