Contei ontem do  1º Seminário de Teoria, Prática e Ensino do Desenho: O Rumor da Linha que acontece a partir de amanhã, né? Hoje vou contar da minha participação especial nisso. Sábado vou sentar com um bocado de pequenos e pequenas pra procurar junto com eles outras formas de desenhar. Desenhar de outros jeitos, pra além do traço do lápis no papel.

Nunca vou esquecer da alegria que senti quando ouvi pela primeira vez de um ilustrador que eu não preciso saber desenhar pra desenhar. Foi libertador.

Desde então percorri o universo dos livros infantis e da ilustração caminhando perto de gente livre: Isidro Ferrer, Anabella López, Roger Mello, Javier Zabala. Gigantes com quem eu tive a sorte de conviver um pouco, e que me disseram todos sempre coisas parecidas: se preocupa com desenhar do seu jeito as coisas que você tem pra dizer. Só isso.

Quando veio o convite pra fazer uma oficina pra crianças dentro da programação do seminário, sedimentou em mim a vontade de empoderar o desenho infantil na força da sua própria visão de mundo. Talvez só ampliando um pouco o olhar sobre as coisas ao nosso redor, convidando as crianças a ver de novo o que todo mundo automaticamente já dá por visto. Só isso. Desenhar elas já sabem.

É por isso que batizamos a oficina de (des)oficina. Não queremos consertar nada no desenho de ninguém. Queremos um espaço pra gente fazer junto, pensar junto, trabalhar junto, sem certo e errado. Ensinando e aprendendo uns com os outros.

Convidei pra comandar comigo essa (des)oficina a minha sobrinha Julia, que tem 6 anos e é autora de alguns dos desenhos que mais me interessam no mundo.  Vamos desenhar, cortar, ler uns livros muito maneiros. Olhar pro mundo ao nosso redor de um jeito diferente e inventar novas maneiras de representar as coisas.

Se você conhece alguma pequena pessoa de 6 a 12 anos que esteja a fim de repensar o desenho junto com a gente, no sábado, conta pra ele ou pra ela dos nossos planos. Ainda temos vagas.