Começa hoje, oficialmente, uma das melhores épocas do ano. Aquela em que você se enfia no Cine Brasília por 10 dias seguidos e é feliz. Dentro e fora da sala de exibição, assistindo aos filmes ou conversando com gente que você não vê faz tempo. Até o dia 23, o Festival de Brasília vai exibir 148 filmes, fora os cursos, debates e eventos paralelos. É muita coisa, então aqui vai uma listinha do que não perder.
Antes disso, algumas informações úteis:
– Os ingressos para a mostra competitiva custam R$ 6 e R$ 3 (meia). As paralelas, incluindo a Mostra Brasília, têm entrada gratuita, mas chegue cedo porque costuma lotar.
– O estacionamento do Cine Brasília, que já não comportava a quantidade de carros, está quase todo interditado por causa das obras do metrô. Por isso, a organização montou um estacionamento oficial no Colégio La Salle, na 906 sul, de onde vai partir transfer gratuito para o cinema a cada 30 minutos, das 18h à 1h, ida e volta. O Festival também incentiva a carona solidária.
– Essa lista aqui é só uma pequena parte da programação, que, claro, tem outras coisas importantes. Pra ver a programação completa: clique aqui.
Dia 14, sexta
– Só para convidados, a sessão de abertura do Festival vai exibir o filme “Domingo”, de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (RJ), que há pouco tempo teve sua estreia no Festival de Veneza, em mostra paralela. A trama acontece no interior do Rio Grande do Sul, no dia 1o de janeiro de 2003, dia de posse do ex-presidente Lula. Duas famílias se reúnem em uma mansão rural para um churrasco, enquanto seus filhos adolescentes fazem do dia transformador.
Dia 15, sábado
– Na primeira sessão da mostra competitiva, às 18h, tem o documentário “Torre das Donzelas”, de Susanna Lira, que traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes em São Paulo, durante a ditadura militar.
– Na segunda sessão, às 21h, passa “Los Silencios”, longa de Beatriz Seigner, exibido em mostra paralela do Festival de Cannes deste ano. Fala sobre uma família que tenta atravessar a fronteira da Colômbia para o Brasil, fugindo de um conflito armado.
Dia 16, domingo
– Às 21h, estreia na mostra competitiva o filme brasiliense “New Life S.A.”, primeiro longa de André Carvalheira, conhecido diretor de fotografia de Brasília. É o único longa da cidade na mostra oficial. Na trama, um jovem arquiteto bem-sucedido acredita que sua arquitetura vai transformar o mundo e as relações entre os indivíduos.
– O documentário “Excelentíssimos”, de Douglas Duarte, passa às 16h na mostra paralela Onde estamos e para onde vamos? O longa, que inicialmente seria sobre o Congresso Nacional, acabou retratando o momento pré-impeachment e o caos político que tomou conta do país.
Dia 17, segunda
– Começa a Mostra Brasília, promovida pela Câmara Legislativa do DF, que premia as melhores produções locais. De segunda a sexta-feira, sempre às 18h, a mostra paralela abre com os curtas “Para minha gata Mieze”, de Wesley Gondim, e “O Homem Banco”, de Cícero Fraga, fechando com o longa “Marés”, de João Paulo Procópio.
Dia 19, quarta
– Às 21h, na competitiva, será exibido o curta-metragem que representa Brasília na mostra oficial: “Aulas que matei”, de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia. O longa da noite é “Ilha”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA), que fala sobre um jovem da periferia que quer fazer um filme sobre sua história e, para isso, sequestra um cineasta. Os dois diretores já dirigiram juntos o premiado “Café com canela”.
Dia 20, quinta
(Sobe a vinheta do merchandising)
– Às 18h, quem diria, vou ter a honra de assistir a um filme que dirigi na tela do Cine Brasília. O curta-metragem “À Tona” será exibido junto com outros cinco curtas na Mostra Brasília. O filme trata de violência doméstica, de resistência e transformação. Foi um trabalho de equipe e tenho o maior orgulho de ter participado dele. Avante, À Tona!
– Às 21h, na competitiva, três filmes dirigidos por mulheres: os curtas “Plano controle”, de Juliana Antunes, e “Guaxuma”, animação de Nara Normande, além do longa “A sombra do pai”, de Gabriela Amaral Almeida, que lançou há pouco tempo nos cinemas o seu primeiro filme como diretora, o elogiado “O Animal Cordial”. Curiosa pra ver.
Dia 21, sexta
– Master Class com Affonso Beato, no Teatro Galpão, das 9h às 11h
Oportunidade de ouvir o diretor de fotografia sobre sua extensa carreira dentro e fora do Brasil.
– Festa Contraplano
Na sua 12ª edição, a Contraplano se consolida como a melhor festa não oficial do Festival de Cinema. Neste ano, vai ser no Conic, e os ingressos estão à venda por R$ 50.
Dia 22, sábado
– Às 18h, a mostra competitiva exibe o documentário “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, que retrata a artista Linn da Quebrada, “bixa, louca, preta, favelada”, como ela canta em uma de suas músicas. No Festival de Berlim, o filme ganhou o prêmio Teddy de melhor documentário com temática LGBT.
Dia 23, domingo
– No encerramento, fora da competição, é a vez de “América Armada”, de Alice Lanari e Pedro Asbeg. O documentário, que será exibido às 16h, com entrada franca, traça um panorama da escalada de violência no Brasil, fazendo um paralelo com outros países da América Latina. O foco é o acesso às armas e como isso muda a vida das populações – tema urgentíssimo neste momento do nosso país.
– Às 18h40 começa a cerimônia de encerramento e premiações. Entrada gratuita.
Bora?
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 14 a 23 de setembro
Programação completa: www.festivaldebrasilia.com.br
Foto: Agência Brasília