O que não perder no Festival de Brasília

Em 14 de setembro de 2018 por Dani Cronemberger

Começa hoje, oficialmente, uma das melhores épocas do ano. Aquela em que você se enfia no Cine Brasília por 10 dias seguidos e é feliz. Dentro e fora da sala de exibição, assistindo aos filmes ou conversando com gente que você não vê faz tempo. Até o dia 23, o Festival de Brasília vai exibir 148 filmes, fora os cursos, debates e eventos paralelos. É muita coisa, então aqui vai uma listinha do que não perder.

Antes disso, algumas informações úteis:
– Os ingressos para a mostra competitiva custam R$ 6 e R$ 3 (meia). As paralelas, incluindo a Mostra Brasília, têm entrada gratuita, mas chegue cedo porque costuma lotar.

– O estacionamento do Cine Brasília, que já não comportava a quantidade de carros, está quase todo interditado por causa das obras do metrô. Por isso, a organização montou um estacionamento oficial no Colégio La Salle, na 906 sul, de onde vai partir transfer gratuito para o cinema a cada 30 minutos, das 18h à 1h, ida e volta. O Festival também incentiva a carona solidária.

– Essa lista aqui é só uma pequena parte da programação, que, claro, tem outras coisas importantes. Pra ver a programação completa: clique aqui.

 

Dia 14, sexta
– Só para convidados, a sessão de abertura do Festival vai exibir o filme “Domingo”, de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (RJ), que há pouco tempo teve sua estreia no Festival de Veneza, em mostra paralela. A trama acontece no interior do Rio Grande do Sul, no dia 1o de janeiro de 2003, dia de posse do ex-presidente Lula. Duas famílias se reúnem em uma mansão rural para um churrasco, enquanto seus filhos adolescentes fazem do dia transformador.

Dia 15, sábado
– Na primeira sessão da mostra competitiva, às 18h, tem o documentário “Torre das Donzelas”, de Susanna Lira, que traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes em São Paulo, durante a ditadura militar.

– Na segunda sessão, às 21h, passa “Los Silencios”, longa de Beatriz Seigner, exibido em mostra paralela do Festival de Cannes deste ano. Fala sobre uma família que tenta atravessar a fronteira da Colômbia para o Brasil, fugindo de um conflito armado.

Dia 16, domingo
– Às 21h, estreia na mostra competitiva o filme brasiliense “New Life S.A.”, primeiro longa de André Carvalheira, conhecido diretor de fotografia de Brasília. É o único longa da cidade na mostra oficial. Na trama, um jovem arquiteto bem-sucedido acredita que sua arquitetura vai transformar o mundo e as relações entre os indivíduos.

– O documentário “Excelentíssimos”, de Douglas Duarte, passa às 16h na mostra paralela Onde estamos e para onde vamos?  O longa, que inicialmente seria sobre o Congresso Nacional, acabou retratando o momento pré-impeachment e o caos político que tomou conta do país.

Dia 17, segunda
– Começa a Mostra Brasília, promovida pela Câmara Legislativa do DF, que premia as melhores produções locais. De segunda a sexta-feira, sempre às 18h, a mostra paralela abre com os curtas “Para minha gata Mieze”, de Wesley Gondim, e “O Homem Banco”, de Cícero Fraga, fechando com o longa “Marés”, de João Paulo Procópio.

Dia 19, quarta
– Às 21h, na competitiva, será exibido o curta-metragem que representa Brasília na mostra oficial: “Aulas que matei”, de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia. O longa da noite é “Ilha”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA), que fala sobre um jovem da periferia que quer fazer um filme sobre sua história e, para isso, sequestra um cineasta. Os dois diretores já dirigiram juntos o premiado “Café com canela”.

Dia 20, quinta
(Sobe a vinheta do merchandising)

– Às 18h, quem diria, vou ter a honra de assistir a um filme que dirigi na tela do Cine Brasília. O curta-metragem “À Tona” será exibido junto com outros cinco curtas na Mostra Brasília. O filme trata de violência doméstica, de resistência e transformação. Foi um trabalho de equipe e tenho o maior orgulho de ter participado dele. Avante, À Tona!

– Às 21h, na competitiva, três filmes dirigidos por mulheres: os curtas “Plano controle”, de Juliana Antunes, e “Guaxuma”, animação de Nara Normande, além do longa “A sombra do pai”, de Gabriela Amaral Almeida, que lançou há pouco tempo nos cinemas o seu primeiro filme como diretora, o elogiado “O Animal Cordial”. Curiosa pra ver.

Dia 21, sexta
– Master Class com Affonso Beato, no Teatro Galpão, das 9h às 11h
Oportunidade de ouvir o diretor de fotografia sobre sua extensa carreira dentro e fora do Brasil.

Festa Contraplano
Na sua 12ª edição, a Contraplano se consolida como a melhor festa não oficial do Festival de Cinema. Neste ano, vai ser no Conic, e os ingressos estão à venda por R$ 50.

Dia 22, sábado
– Às 18h, a mostra competitiva exibe o documentário “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, que retrata a artista Linn da Quebrada, “bixa, louca, preta, favelada”, como ela canta em uma de suas músicas. No Festival de Berlim, o filme ganhou o prêmio Teddy de melhor documentário com temática LGBT.

Dia 23, domingo
– No encerramento, fora da competição, é a vez de “América Armada”, de Alice Lanari e Pedro Asbeg. O documentário, que será exibido às 16h, com entrada franca, traça um panorama da escalada de violência no Brasil, fazendo um paralelo com outros países da América Latina. O foco é o acesso às armas e como isso muda a vida das populações – tema urgentíssimo neste momento do nosso país.

– Às 18h40 começa a cerimônia de encerramento e premiações. Entrada gratuita.

Bora?

Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 14 a 23 de setembro
Programação completa: www.festivaldebrasilia.com.br

Foto: Agência Brasília