Já relatei aqui minha paixão tardia pela Chapada. Demorou, mas foi profunda – virou relacionamento estável. Desde então, volta e meia alguém me pergunta onde se hospedar lá e, até agora, nunca soube direito o que sugerir, já que costumo ficar em casa de amigos. Até agora.
Daqui para frente, quando me perguntarem de novo, direi imediatamente: Casas Gengibre. Anotou aí? Não tem erro. Lindas, recém-reformadas, tudo novinho em folha, da almofada à xícara de café, da luminária da cozinha ao tapete da sala, tudo é fofo e bem cuidado.
As Casas Gengibres são duas: uma grudadinha na outra. Parecem dois apartamentos, mas com pé direito altíssimo e uma varanda supergostosa, com rede e vista pro chapadão. Enquanto tomava uma tacinha de vinho no fim de tarde pós-cachoeira, vi uma revoada de tucanos passar bem em cima da gente. Vários, vários tucanos. Ainda estou na dúvida se isso de fato aconteceu ou se foi efeito especial produzido pela Antúria, que me chamou pra conhecer essa casa linda.
Nascida em Cavalcante e criada em Alto Paraíso, Antúria foi professora de fotografia de um curso que fiz no ano passado. Seus pais moram na Chapada há mais de 30 anos – um casal de contabilista e economista que saiu do interior de São Paulo em busca de refúgio. “Eles acreditam que ganhar dinheiro não tem nada a ver com viver bem e preferiram ter uma vida mais sossegada”, conta a filha, que hoje mora em Brasília.
Para criar Antúria, no entanto, os dois tiveram de se preocupar com as finanças e trabalhar muito, de padeiros a administradores de hospital, até abrir uma empresa de contabilidade. Com a filha crescida, os dois finalmente partiram para o projeto aposentadoria: reformaram uma casa abandonada e criaram três casas geminadas – uma delas é alugada para uma moradora de Alto, e as outras duas, para turistas.
A minha ideia de Chapada ainda é me hospedar na casa de amigos, no meião do mato, o mais distante possível da civilização. Ficar em Alto Paraíso é outro tipo de viagem, mas também é incrível. Você consegue desligar e ao mesmo tempo se manter conectado (a casa tem wi-fi e televisão com SKY). Dá pra cozinhar todos os dias em casa ou jantar em restaurantes gostosos por perto, como o Jambalaya.
O bom é isso, inclusive. Dá pra curtir a Chapada da forma que você quiser. Na casa dos pais da Antúria, o programa é paz e amor, mas o conforto vem junto: o lençol de cama macio, o chuveiro gostoso, a máquina Nespresso com algumas cápsulas de boas-vindas. A minha irmã que me acompanhou nessa viagem refletiu que, nessas condições, poderia virar haribô facilmente. Traduzindo – haribô ela não vai ser nunca, mas morar na Casa Gengibre, ela pode.
Bora?
Cada Casa Gengibre tem dois quartos (uma cama de casal e duas camas de solteiro, que podem se transformar numa segunda cama de casal). Recebe confortavelmente quatro pessoas, com diária de R$ 400.
Você pode alugar pelo site Airbnb (que cobra algumas taxas, mas divide o valor no cartão) ou pelo e-mail casagengibre@gmail.com
Casas Gengibre no face: aqui
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Leonardo Hasenclever de Lima Borges
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Georgia
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Antúria Viotto