Estamos caminhando, não é mesmo?
Quando eu era criança, os programas de humor, programas com apelo infantil, faziam piada com negros, com gays, com deficiências físicas. Eu e meus colegas nos tratávamos de “mongol” quando alguém fazia alguma bobagem.
Apesar de tudo, tudo, tudo o que está aí, eu me esforço para ver que meus filhos estão sendo criados em uma etapa mais pra frente do caminho.
Discriminações são hoje inaceitáveis em qualquer tipo de discurso – e vamos passando aos poucos de um politicamente correto meio falso para a reivindicação e consciência da delicadeza das palavras. Aprendemos a olhar nos olhos e a chamar pelo nome completo: pessoa com deficiência – e não mongol, aleijado ou deficiente. Porque, não importa quem seja a pessoa e qual seja a deficiência, toda pessoa sempre será muito maior do que a sua deficiência.
A grande barreira que vejo nessa nossa etapa do caminho é que a gente ainda inclui discriminando.
Que quando a gente diz pro nosso filho para aceitar igualmente os negros, amarelos, japoneses, deficientes, gordos, magrelos, repetentes, de cabelo crespo – numa lista tão comprida quanto preconceituosa – a gente se nega a ver o evidente: que todos temos alguma diferença que caiba nesse esforço discriminante. Que, na verdade, basta dizer: filho, ninguém é igual ao outro.
Essa mocinha aí da foto é a Zilah, filha da minha amiga querida Melina. Neste sábado, ela faz sua estreia nas caminhadas. Vai distribuir os sete passinhos seguidos que aprendeu a fazer na caminhada promovida pelo pessoal do CaminhaDown no Parque Olhos d’Água. Uma oportunidade de caminharmos todos lado a lado – não como inclusivos e incluídos, mas como pessoas únicas, individuais e diferentes que todos somos.
Bora?
CaminhaDown
Sábado, 21 de março, das 9h às 14h
Parque Olhos d’Água
Entrequadra 413/414 Norte
A caminhada vai ser animada pela banda infantil incrível do Tumba La Catumba e termina num piquenique coletivo (traga seu lanche!) ao som da galera amada do Kid Criolina.
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marielfernandes