Você talvez nem saiba, mas você conhece o projeto final de Mestrado da minha amiga Cris Dias. Apenas para se formar na UnB, ela desenvolveu a linha de cerâmicas Rupestra, que foi vendida por anos a fio na TokStok e virou um livro incrível sobre processos. Porque olhando assim a gente vê xícaras e potinhos, mas na verdade a especialidade da Cris é pesquisa e processos.

Você talvez já tenha inclusive bebido um chá numa xícara da Rupestra sem saber, mas é bom que saiba: aquela linha incrível de cerâmicas é feita na Serra da Capivara, um dos sítios arqueológicos mais importantes do país. Os desenhos são de fato pesquisados e desenvolvidos a partir dos nossos tesouros rupestres impressos nas cavernas da região. E as mãos que desenvolvem as peças são, também, de artesãos de lá. Ou seja, o que a gente tem nas mãos quando tem uma peça da Cris é um pedaço do patrimônio histórico e cultural do nosso país em forma de pires.

Como todo artista talentoso, a Cris, claro, não ficou por aí. Esta semana ela embarca para São Paulo para lançar sua nova linha, Seringueira, na Design Weekend que acontece a partir deste domingo. Dessa vez, ela aliou uma nova coleção de peças feitas também na Serra da Capivara com a incrível borracha orgânica que a artista Flavia Amadeu desenvolveu em parceria com o Laboratório de Química da UnB.

As cerâmicas da Cris ganharam assim uma referência às ranhuras da extração do látex na Amazônia – e o toque incrível da cor da borracha, que ainda por cima tem o aspecto funcional de servir de isolamento térmico na hora de tomar uma xícara de chá quente (eu só penso em chá!). Mas o mais importante é o processo de produção dessas peças incrivelmente artesanais, elaboradas em parceria com trabalhadores especialmente treinados pelas duas artistas lá na Serra da Capivara, norte do Piauí, e no caso da borracha, no Acre e no Pará.

Uma sorte pra gente é poder comprar essas lindezas no varejo, aqui mesmo em Brasília, antes dessa linha incrível ser descoberta por uma TokStok da vida. As peças da Seringueira estão à venda no Café Clandestino, a preços que vão do copo menor a R$ 36 a um vaso grande e espetacular, que está a R$ 130.