Tenho um amigo que diz que isso não combina comigo, mas é verdade: eu não sou muito de poesia. Tudo o que eu consigo fazer com uma imagem – pensar mil interpretações, ver sentidos escondidos – na linguagem escrita acho mais difícil. Divago menos.
Só que às vezes a poesia se impõe. Às vezes um Leminsky me cai no colo bem no meio do dia. Um Bandeira perdido do meu tempo de escola me pega de surpresa. E, no meio da cidade, um Nicolas Behr invade minha retina na parede da Biblioteca Demonstrativa. Ninguém escapa de um sorrisinho maroto ao pedido do poeta à Suzana: “vai ser superquadra assim lá na minha cama”.
O poeta mais querido da cidade está de livro novo. Ele, que não para de inventar moda e poesia, lança hoje à noite o Brasifera-me, uma coletânea de poemas-enigmas, que pedem para serem decifrados. Eles têm uma resposta objetiva? Tem várias? Não tem nenhuma? Ah, a poesia…
ou dos remédios
une o sul maravilha
à ferida federal
tem o seu santo nome
mas a que tem
o nome do algoz do santo
é mais bonita
Bora?
Lançamento do livro Brasifera-me, do poeta Nicolas Behr
Hoje, das 18h às 23h
Hermusche Emporium
CLN 413, bloco D
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Núbia Gomes