Corra para o Liberty

Em 21 de dezembro de 2017 por Lara Haje

Por mais que a gente odeie o consumo desenfreado do Natal e se recuse a comprar presentes em série só para cumprir um papel social, tem sempre alguém que você quer realmente presentear.

E, se você deixou para a última hora este presente especial, corra para o Liberty Mall – seja no Natal ou qualquer outra época. O Liberty virou um lugar efetivamente legal, apesar de shopping, sabia? Além de o cinema ter ótimas escolhas de filmes, com a direção da Anna Karina de Carvalho, lá agora estão reunidas várias lojinhas com produtos de “gente que faz” da cidade. Um point do design brasiliense e, de quebra, de alguns super artistas de fora da cidade também.

A Cápsula Brasil Design, com a curadoria de extremo bom gosto da Cris Malheiros, reúne só objetos de desejo: os copos “equilibristas” da Reboh (RS), que não são só copos, mas obras de arte; as bolsas de madeira com couro do Estúdio Matulão, do Ceará, meio modernas meio retrôs; as peças em prata super elegantes da Lívia Velludo, joalheira que mora no Rio de Janeiro. Eu quis tudo.

Já na Natural de Brasília – idealizada pelas meninas do Experimente Brasília -, tem só produtos 100% brasilienses. Brasília ganhou recentemente título de Cidade Criativa do Design da Unesco, e dá o maior orgulho, porque de fato tem muita coisa incrível sendo produzida por aqui. Lá na Natural dá para conhecer vários destes artistas da cidade.

Tem as roupas da Pântano de Manga, com coleção inspiradas em cobogós e grades da cidade; tem vasinhos de planta de concreto da Moderno; acessórios de madeira reaproveitada da Pau Brasília; as jóias minimalistas da JoanaVP; fotos de gente daqui; livrinhos para crianças da Carol Nogueira. E, continuando na autopropaganda, também está à venda lá o livro Paúra – uma leitura poética da síndrome do pânico feita por mim, pela Dani Cronemberger, pelo fotógrafo José Maria Palmieri e pela artista Dani Ktenas.

No Liberty também tem outra loja 100% brasiliense – a Cria Brasília. Lá vi, por exemplo, as bolsas de couro de Pirarucu lindíssimas da Lago Couture; os colares da talentosa Thais Fread; as meias divertidas Jaca; e um monte de roupinhas de criança também feitas na cidade.

Uma novidade neste shopping pequenininho é a presença da loja de sapatos autorais e roupas de linho sensacionais Virgínia Barros, de Belo Horizonte. Também está lá outra loja de sapatos, a Fulanitas de Tal, esta legitimamente brasiliense.

Então… Vamos consumir designers brasileiros, apoiar a economia local e fazer desta cidade um lugar mais criativo e menos sisudo?