Resistir é existir de novo

Em 26 de janeiro de 2017 por Carolina Nogueira

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No fone, a conselho de uma amiga, funk político de terrorista de gênero. Normalmente eu pararia no “funk” e nem tentaria, mas o nome completo do estilo acabou me convencendo. Emoji de olhinho pra cima: minha poesia é normalmente mais sutil, mais discreta – e anota aí também, mais branca, mais heterossexual, mais elitista. Veio o choque – e o choque de estar em choque: já nos primeiros despudorados versos da MC Linn da Quebrada, fiz o emoji de O Grito, azul em cima e amarela embaixo, mãozinha no queixo.

Daí você vai se deixando levar por aquela mensagem de auto-aceitação, essa coisa política mesmo de se assumir e se mostrar como se é. Eu, que não sou mesmo de funk, já estava balançando o pescoço, fazendo cara de mano que tá concordando com a real que a mina tá mandando. Só ouvi verdades. Que valem pros gays e pra todo mundo – cada um de nós tem seu próprio fantasma pra tirar do armário e gritar pro mundo. Aquilo que precisa existir, mesmo que o planeta ao redor não esteja tão de acordo com isso. Emoji de olhinho de coração.

Este sábado, MC Linn da Quebrada é a atração especial da Festa Factory, na Usina, que faz aniversário. Re-existir é o nome da balada: porque resistir é existir de novo. É funk, sim, mas nada me parece tão perfeito como grito de carnaval.

Bora?

Festa Factory Re-existir
Sábado, 28/01, 22h30
Usina – SOFN Quadra 01 Conjunto B Lote 12
Ingressos: R$ 15,00 (1º lote), R$ 20,00 (2º lote) e R$ 30,00 (na porta)