Logo que eu voltei a morar em Brasília me dei conta, meio pasma, que de quase tudo de legal que tinha pra se fazer na cidade havia sempre um mesmo nome por trás: Criolina.
Os meninos que eu até então associava “apenas” à festa que dava sentido às nossas segundas-feiras, de repente viraram onipresentes. O Aparelhinho, bloco mais legal do carnaval, era deles. Festinha para pais e crianças, que sacudiu o parque da cidade? Criolina Kid. Festa lounge super delicinha na Babilônia Norte? Criolina Champagne. O programa de entrevistas mais fofo da internet brasiliense? Deles. Eles tocam em festas de casamento, eles agora têm uma banda com o maior nome do mundo. Mas meu susto maior aconteceu numa reunião de trabalho, quando minha amiga anunciou que a arte do material que estávamos preparando seria assinada adivinha por quem? Pelos meninos do Criolina.
Eu pensei: gente, esses meninos são o Pink e o Cérebro! Eles meninos querem o que? Conquistar o mundo? Daí resolvi entrevistá-los, pra entender melhor essa linda geração de brasilienses que está construindo, festa por festa, uma cidade muito mais divertida.
Quem conversou comigo foi o Rodrigo Barata, que junto com o Rafael Oops e o Tiago Pezão, formam o super trio onipresente que transformam em ouro todas as farras que passam pelas mãos deles.
Meninos, obrigada. Pela entrevista e por fazer a gente feliz.
DJs, músicos, produtores culturais, designers, entrevistadores… Tem alguma coisa que vocês NÃO fazem?
Paraquedas. Mas já já um de nós pula! Acho que o Pezão vai primeiro! O que não nos falta é vontade de fazer o que gosta. Aí a gente vai fazendo e nem pensa muito, se dá, se é difícil, se é viável. Vamos juntando os amigos, e pode saber que só dá pra fazer isso tudo porque a gente tem amigo que só a porra! Todos com muita vontade de fazer acontecer também.
Qual a formação de vocês? Por onde vocês começaram, como tudo evoluiu?
Pezão trabalhava em agência de comunicação e publicidade, Oops fez artes cênicas, eu era professor de história e baterista. Só que todos já tinham tocado na festinha americana do prédio na pré adolescência, naquela que os meninos levam refri e a as meninas salgado. Daí pra chegar na Criolina, foi um pulo. Tudo começou na Samboquê, festa de música brasileira em um projeto esporádico. Depois virou semanal, mudou de nome e nunca mais parou, vamos fazer nove anos em janeiro. Começou com djs e depois vieram as bandas. Aí fomos convidados pra Rádio Cultura e na sequência pra TV Apoio, em ambos, tivemos programas com o nome da Criolina. E aí depois veio bloco de DJs de carnaval com o Aparelhinho, o nosso trabalho autoral com a banda Space Night Love Dance Lasers, o Sala Criolina que entrevistas os artistas que tocam na Criolina, as camisetas com o design inspirado nos flyers e posters das nossas festas, o Criolina Champagne pra bater papo e curtir som bom pra bater o pezinho, o Kid Criolina pra molecada interagir com os marmanjos e nosso último projeto que foi o Festival Internacional de Inovação Multimídia, o FIIM e tem mais uma porção de projetos menores e alguma prestação de serviço que eventualmente fazemos também.
Onde cada um de vocês se sente mais realizado? Tem um que é mais produtor, outro que é mais músico, etc?
Todos atuam de forma complementar. Por mais que algumas vezes cada um assuma um papel definido em determinadas ações, elas quase sempre precisam do ajuste de um, do pitaco do outro e assim vamos tocando o barco e fazendo juntos, se amando, brigando, a porra toda! Mas com certeza todos se realizam na música. Ela é o objetivo final.
Tem uma teoria sobre Brasília que toda criatividade nascida aqui vem de um tédio, da eterna fama de “falta do que se fazer na cidade”, de um vácuo. Vocês acham que ocupam tantos espaços por… falta de companhia? (ou de concorrência!)
Ocupamos muitos espaços porque gostamos de fazer muitas coisas e temos muitos amigos e parceiros que também estão na mesma pilha. Portanto a companhia de tantos que estão buscando as mesmas coisas que nós, ajuda a atuar na nossa cidade. O inconsciente coletivo vai virando consciente e vamos atuando em blocos, batalhando e construindo um cena. E Brasília é uma cidade muito nova, com inúmeras possibilidades. Uma página sendo escrita no tanto que ainda há por vir. E pensar os espaços, as possibilidades de transformação coletiva e deixar sua cidade mais legal pra você mesmo viver, é um exercício eterno pra qualquer um que trabalhe com cultura nesse país.
Vocês acham que esta multidisciplinaridade é uma tendência no mundo atual?
Com certeza! As pessoas vão sendo multi-tudo nesse mundo de informações e formações infinitas. E acabam entrando em contato com conhecimentos diversificados, que vão sendo multiplicados.
Como vocês se organizam administrativa e financeiramente? Vocês são uma empresa, uma ONG? A maior parte dos projetos vêm de projetos de particulares ou de editais do governo?
Nossos projetos sempre foram independentes. Ano passado que começamos a inscrever mais em editais, meter as caras em projetos e emplacamos o Palco Criolina e a gravação e prensagem do cd do Space Night. Também fizemos um financiamento coletivo via internet para equipar o nosso bloco de carnaval, o Aparelhinho. E como temos diversas atividades precisamos atuar nas duas frentes.
Bora?
Pra ficar absolutamente ligado em tudo o que esses meninos andam aprontando, tá aqui o mapa da mina. Hoje, como toda boa segunda-feira, tem super festa dessa turma no Calaf.
Oi Tiago Pezão, em uma oportunidade quero ficar na plateia e conhecer o trabalho de vocês que eu vi ser muito interessante.
Altair (Trovão)
Patos de Minas – MG.
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