Ela pode ser do Brasil, mas continua Consuelo

Em 23 de agosto de 2013 por Dani Cronemberger

baby

Toda vez em que alguém fala do retorno triunfal de algum artista desaparecido há décadas, me dá um arrepio na espinha. Quanto mais importante a história do artista, maior a chance de o retorno ser um fiasco – esse é o meu pessimismo da pior qualidade.

Baby do Brasil ressurgindo das cinzas? É marketing, é moda, é roubada. É coisa da Paula Lavigne, ô mulher que sabe ganhar dinheiro. Baby do Brasil, aquele arraso de cantora que virou pastora evangélica? Ah não, não é possível que vão tentar ressuscitar uma Baby que não existe mais.

Corta a cena e lá estou eu, de frente para a Baby, no show que ela apresentou no Vivo Open Air, em maio. Lá estou eu quebrando minha cara, perdidamente apaixonada por ela, a pastora pop, que não ressuscitou porque nunca morreu. Hoje é do Brasil, mas continua sendo Consuelo, linda, louca e roqueira. O cabelo ainda é roxo, só o grito de guerra que mudou. Antes era “Rá!”, agora é “in name of Jesus!”.

O show é um culto sim, mas à boa música: a voz continua poderosa e afinadíssima, o repertório é incrível e a banda, liderada pelo seu filho, é demais. O único momento em que a pastora surge no palco é quando Baby conta como aceitou fazer um show sem música gospel. “Deus deixou”, diz ela.  “Obrigado Deeeeus!”, grita alguém da plateia.

Melhor momento: quando a cantora conta como ela e Pepeu foram impedidos de entrar na Disney. Esse episódio maravilhoso rendeu a música “Barrados na Disneylândia” e me fez perceber o quanto fui boba. Alguém que já foi barrado na Disney porque tiraria a atenção do Mickey merece o meu respeito eterno. Alguém assim não iria me decepcionar.

Bora?
A Baby está de volta a Brasília e faz show neste domingo (25), de graça, na praça do Museu da República.
(A leitora Andrea me corrigiu a tempo: o show faz parte do projeto Todos os Sons, do CCBB, mas o show é no museu, ok? Obrigada, Andrea!).
O projeto começa às 17 horas. Antes da Baby, tem dois shows: Jibhajan (Concerto de Música Brasileira para Crianças) e Passo Largo, de música instrumental.