Pela janela do apartamento, Zé Gilberto ficava olhando a praça da sua quadra, sempre vazia, tentando entender. Chegava o fim de semana e todos os amigos levavam seus filhos pro shopping ou pro clube, enquanto os espaços públicos estavam ali, dando sopa.
O Sambaneném começou assim: Zé, que é diplomata, convocou alguns amigos do Itamaraty, os amigos convocaram os amigos e a roda de samba nasceu pra dar vida à praça da 105 sul e juntar os filhos da turma num espaço aberto. Pelo menos um sábado por mês, cada um leva um isopor com bebidas e comidinhas, e arma o piquenique. Enquanto as crianças brincam de polícia e ladrão, os pais brincam de samba.
Zé faz questão de ressaltar que o evento é amador, pode dar muita ou pouca gente, nunca se sabe. E que, apesar de o núcleo ser um grupo de amigos, a intenção é agregar todo mundo, é só chegar.
O problema é que esse verbo aí – chegar – é algo complexo entre vizinhos de Brasília. “Eu achava que os moradores dos prédios próximos, de onde dá pra ouvir o samba, iriam descer e se juntar ao grupo, mas ninguém desce. Acaba virando quase uma festa particular”, conta Zé, ainda cheio de esperança: “A ideia é estimular as pessoas a participar e a bolar coisas parecidas em outros espaços públicos.”
Bora?
Vai ter Sambaneném amanhã, sábado (dia 9), a partir das 17h, na praça central da 105 sul. A música vai até as 20h e à noite o pessoal acende umas velinhas pra ficar mais bonito. O samba não tem data certa, mas você pode se informar pelo e-mail: sambanenem@yahoogrupos.com.br
E pessoal da 105, não é possível… desce lá e vai ouvir um pouco de Noel Rosa, Cartola e Chico! O Zé avisa que não precisa ter filho pra aparecer.
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