Meu tipo preferido de gente é o que faz o que ama sem nenhuma outra intenção que não seja fazer o que ama. Que faz só pra ele mesmo, só pra ficar feliz – sem querer reconhecimento, sem postar no facebook, sem esperar um prêmio por isso. Acho que esses são os verdadeiramente felizes. Mas mesmo que eles não peçam, acho que esses discretos felizes merecem um beijo de vez em quando.
Então este é um post em homenagem aos anônimos e anônimas que enfeitam a nossa vida enchendo os jardins dessa cidade com um monte de flor linda. Espero do fundo do coração que você já tenha reparado na quantidade de orquídeas que estão explodindo nos troncos de várias árvores das residenciais da Asa Norte – caso contrário, ou você não anda a pé ou não repara nas flores, e qualquer dos casos seria uma pena. Então para e repara: são muitas.
Primeiro que tem essa relação incrível e sofisticada que as orquídeas desenvolvem com suas árvores-hospedeiras: elas se apoiam na firmeza das árvores sem roubar energia, seiva ou água. Estão ali, protegidas, suspensas, se valendo da força das árvores mas retiram seu alimento da água ambiente, do ar, sem prejudicar ninguém. Só sendo lindas.
Outro dia conheci um vizinho da minha quadra que, além de plantar as orquídeas e cuidar delas, ainda desenvolveu um complexo mecanismo de vasos comunicantes em que plantas compartilham a mesma água. Tudo ali, no jardim do prédio.
Já sonhei em ter um jardim secreto, só meu, onde eu pudesse pisar na grama descalça ainda de pijama, com o olho meio fechado de cama. Acho que hoje prefiro a ideia de um jardim comunitário, onde a beleza que um planta enfeita o dia de tanta gente que passa pela rua.
Jardineiros voluntários dos prédios de Brasília, este beijo de hoje é em vocês. Obrigada.
Bora?
Mapa colaborativo das orquídeas, me ajudem?
SQN 102, bloco C
SQN 304, bloco G
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Hugo Affonso
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sabrinamix
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Marielle Costa
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Daisy Deckers
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Livia