Que fique claro desde o começo: este não é um post “não reclame da crise, trabalhe”. Aliás, ao contrário. As crises, no plural, estão pegando todo mundo de jeito e, daqui da onde vejo, a solução não passa, não, por otimismo, por “está tudo bem”, por ordem e progresso. Elas pedem é reflexão profunda, muita análise e questionamento, porque a gente tem muito trabalho pela frente.

Mas uma das perguntas que eu tenho me feito buscando um desses caminhos que vão nos levar pra frente é sobre quem tem driblado a crise. Quais são essas iniciativas que surgiram ou que ganharam impulso recentemente e que têm funcionado  como mini-oásis, pequenas pedras em que a gente se apoia um pouco pra tomar fôlego antes de continuar nadando.

Parece bobo, mas comer bem é, pra mim, uma dessas boias. Já falei da Carota, que facilitou muito a minha vida, e hoje almocei na Bioon. Pertinho da minha casa, esse grande armazém de coisas boas e saudáveis cresceu muito nos últimos tempos. Ganhou um café e, agora, um restaurante sob as árvores – que só trabalha com os ingredientes frescos, orgânicos e saborosos que eles vendem.

Preciso dizer que comi bem. Dentro dessa gigantesca folha de couve tinha um risoto de shimeji que estava divino. Essas bolinhas são pedacinhos de frango e esse molho, sim, é de amora. Foi bom. Me fez bem – é só comida, mas parece mais que comida. Daquelas iniciativas que apontam pra valores e sensações que conectam a gente com o que é importante.

O Festival de Cinema, com essa pegada, tem sido, essa semana, outra pedra importante onde me seguro pra conseguir continuar nadando. E bora em frente.

Continue a nadar, continue a nadar.