Para abraçar esse Museu tão vivo

Em 18 de junho de 2018 por Carolina Nogueira

Faz mais de um ano que a gente espera por esse dia, e agora é contagem regressiva: falta menos de um mês pra Feirinha do Quadrado! Sim, estamos enlouquecendo com preparativos, mortas de ansiedade por esse encontro e, vamos admitir, muito orgulhosas também. Não só por fazer a nossa Feirinha, mas por fazer ali, no Museu Vivo.

Primeiro, porque aquele lugar é lindo. Um jardim meio selvagem, com um monte de fícus gigante oferecendo uma sombra acolhedora, emoldurando a rua de casinhas coloridas, que são um charme até antes da gente conhecer a história que elas contam. Imagina depois.

Depois que a gente aprende que aquele é o maior e mais preservado conjunto de prédios da época da construção de Brasília – onde, naquele tempo, funcionava o primeiro hospital da nova capital, instalado bem em frente ao que na época era a Vila Operária, hoje Candangolândia.

Tudo ali lembra o começo da cidade. Aquela região era o ponto de chegada dos candangos – os homens e mulheres que vieram do Nordeste, de Goiás, de Minas para construir Brasília. Eram tantos que transbordaram da Vila Operária, passando a improvisar casas de lona e de saco de cimento, nas primeiras (de uma longa série) de invasões na nova capital, conhecidas como lonalândia e sacolândia.

A lindeza do Museu Vivo é contar histórias como essas, que não estão nos livros. A vida das gentes banais, a história que não está no Memorial JK – e que pra mim, é a verdadeira história de Brasília. A minha cidade é essa das casinhas de madeira, do carrinho de mão dos candangos, das malas, dos objetos que fazem parte do acervo do Museu Vivo. Essa que está retratada nas fotos de Mario Moreira Fontenelle, também em exposição no museu.

Nossa Feirinha vai ser a oportunidade de conhecer esse Museu tão vivo em suas árvores, predinhos, objetos. Conhecer também o que o Museu se tornou – um espaço de arte e exposições, de aproveitar nossos espaços públicos, de celebrar nosso patrimônio e nossa história.

PS: Não posso deixar de contar que foi pelas mãos do Experimente Brasília e seu incrível Visite o Museu Vivo que eu descobri toda a potência desse lugar. Meu sonho é que programas assim se tornem permanentes nos nossos espaços públicos.

Bora?

Feirinha do Quadrado
Sábado, 14 de julho, das 12h às 22h
Museu Vivo da Memória Candanga
Entrada gratuita
Patrocínio: Fundo de Apoio à Cultura (FAC)