Vivemos tempos em que pelo menos uma vez por semana você reage com um “mas isso não pode acontecer” a alguma notícia que te chega aos ouvidos – para, em seguida, se dar conta de que o que não poderia acontecer aconteceu. Tem acontecido o que não poderia acontecer – e te admito isso assim, com todas as letras, não pra te desanimar, ao contrário. Porque isso só aumenta nossa responsabilidade. De denunciar, reclamar, participar e fazer parte.
Quarta-feira tem um ato no Conic porque querem vender o Dulcina.
Sim, o Dulcina – que no ano passado foi o epicentro da transformação da região central de Brasília. Foi o exemplo vivo e pulsante do que uma comunidade artística pode fazer. Da força de pessoas em torno de um ideal – o ideal de salvação, renovação e articulação deste que foi o primeiro curso de teatro desta cidade.
Bem mais do que evitar que o Dulcina fechasse as portas, a comunidade da Faculdade Dulcina de Moraes revitalizou e transformou seus espaços. Fez festas, convocou gente, fez brilhar o espaço. E agora, me vêm com essa: querem vender o Dulcina.
O problema, não sei se vocês sabem, é que o Dulcina é mal-assombrado. Ou bem-assombrado, se preferirem. Com aquela turma lá não dá pra mexer, não. Além dos espíritos, foram convocados artistas de todo tipo de manifestação cultural, do evidente teatro a músicos, grafiteiros, artistas plásticos. Agora estamos convocando você também.
Quarta-feira vai ter arte, abaixo-assinado, participação. A gente vai entender direitinho do que se trata a pressão contra este espaço único da cidade. E vamos tomar nossa posição nessa briga – em mais essa briga contra mais um desacontecimento.
Bora?
Brasília por Dulcina
Quarta, 8/2, meio-dia
Teatro Dulcina de Moraes
SDS, Ed. FBT