A morte de Marielle reverberou em mim de uma forma que ainda tento compreender. Reverberou em todos nós que temos essa coisa chamada empatia dentro do peito. Essa coisa que às vezes dói na boca do estômago. E desde então tenho pensado no que, concretamente, posso FAZER. Em como posso AGIR. Porque não aguento mais só me revoltar por dentro do corpo e pelo facebook. Trocar a foto do perfil, compartilhar um meme, esbravejar em 140 caracteres – isso tudo tem sua função, mas não dá pra ser só isso. As Marielles merecem mais, nosso tempo exige mais. O que posso FAZER? Como posso AGIR?

Hoje de manhã, recebi uma mensagem de um amigo contando a história de um professor negro do Emancipa-DF que vai se lançar candidato ao Senado neste ano. Foi aí que a luz se acendeu. A Rede Emancipa é um movimento social de educação popular, com cursinhos pré-vestibular gratuitos para estudantes de escolas públicas, que também incentiva o debate político e a criação. Alguns professores são ex-alunos, que, depois de conquistar um lugar na universidade, voltam para permitir que outros jovens também superem a barreira de acesso à educação.

Foi por um cursinho pré-vestibular comunitário, na Maré, que Marielle conquistou uma bolsa para estudar sociologia na PUC do Rio. Foi a emancipação pela educação que a permitiu ser a pessoa que ela sempre teve o potencial de ser. Imagine quantas Marielles estão esperando para conquistar seus espaços de voz e de representatividade. Imaginou? Quer agir? Tenho uma sugestão pra você.

A Rede Emancipa existe em vários estados, e, no DF, funciona desde 2016 na Ceilândia – em breve também no Paranoá. Eles estão em plena campanha de financiamento coletivo para estruturar a sede da Universidade Emancipa, que além de cursinhos pré-vestibular, vai contar com cursos regulares. Os primeiros serão: Educação Popular e Formação de Professores; Realidade Brasileira; Mulheres e Lutas Feministas; Negritude no Brasil e no Mundo; e Direito à Cidade.

Dá pra AGIR:
– se oferecendo pra dar aula nos cursinhos;
– colaborando com o financiamento coletivo para a criação da Universidade Emancipa;
– colaborando mensalmente com o projeto, por meio de uma assinatura virtual;
– divulgando as campanhas de financiamento;
– entrando em contato com eles e perguntando: no que posso ajudar?

Vamos esbravejar agindo? Na vida real? É só uma sugestão, as possibilidades são inúmeras.