A gente quer (e precisa) se encontrar

Em 19 de fevereiro de 2019 por Carolina Nogueira

Eu torço, me emociono, compro, falo sobre – eu tenho orgulho da Revista Traços, mesmo sem nunca ter trabalhado lá. Olho cada exemplar como um estandarte do poder do Jornalismo: algumas páginas juntas que podem comunicar, transformar vidas e movimentar a cultura de uma cidade.

Pra quem não conhece, essa revista impressionante tem na cadeia produtiva sua grande força. Ela é distribuída por pessoas que moram na rua, que são cadastradas como Porta-Vozes da Cultura e recebem parte da remuneração que arrecadam com as vendas. Com a Traços, essas pessoas ganham uma fonte de renda e uma rede de apoio, porque o pessoal da revista ajuda a turma a se profissionalizar, ganhar auto-estima, se organizar pra melhorar de vida.

A força que nasce disso também toca a gente, que consome a revista. Abre brecha pra cada leitor minimamente conviver e conhecer essas pessoas que podem tão facilmente ficar invisíveis – especialmente numa cidade como Brasília, que a gente está acostumado a ver de dentro do carro ou do ônibus, onde o ser humano na rua assume uma escala tão diferente. (Sobre esse assunto, não perde o BsbInvisível, esse insta muito potente).

O melhor é que, tirando tudo isso, a revista é realmente linda, com fotos impressionantes e uma diagramação maravilhosa, e tem realmente ótimas matérias sobre a cena cultural de Brasília. Privilégio dos grandes: ler meu amigo Zé Rezende, único jornalista de quem eu realmente invejo o texto, que assina os melhores textos da Traços.

Estou recontando toda essa história aqui pra convidar vocês a se achegar mais dessa galera transformadora aí. Nossos tempos pedem encontros, bem além dos virtuais – e a Traços já respondeu a isso com a série de Encontraços, que tem amanhã sua segunda edição.

São saraus pra reunir gente em torno da música, da literatura e de todas as expressões artísticas que estão com a revista nesses três anos de existência. Nessa edição, quem comanda o encontro é o ator Murilo Grossi, o poeta Nicolas Behr e o músico Alberto Salgado, com participação especial de Carol Senna. Os Porta-Vozes da Cultura também marcam presença, para compartilhando suas trajetórias de vida e a transformação social a partir da Traços.

Vamos lá, ver gente que está de fato fazendo a diferença na vida das pessoas? Eu quero estar perto dessa turma. Sério.

 

Bora?

Encontraços
Quarta, 20/02, a partir das 19h
Tiborna Bar e Comedoria
CLN 403, Bloco B