Alguns anos atrás, um dos temas mais frequentes no Top 10 da reclamação brasiliense era o fato de a cidade ficar sempre de fora das turnês mais bacanas – seja de música, de teatro ou de exposição. As coisas já mudaram e a gente nem sofre mais tanto, mas quando vi a notícia da mostra do Caravaggio em Minas e em São Paulo, vou te contar, bateu aquela carência de novo.
Fiz drama à toa porque, nesta semana, veio a boa notícia: as seis obras do artista que vieram ao Brasil ficarão expostas no Palácio do Planalto e abertas à visitação a partir deste sábado (6) e até o dia 14. A presidente Dilma Rousseff, dizem, é fã do italiano, olha que alegria. E Brasília acabou entrando no roteiro depois de uma negociação do Planalto com a embaixada da Itália.
No Museu de Arte Moderna (Masp), em São Paulo, a média de expectadores foi de 3 mil pessoas por dia, uma confirmação da popularidade e da força desse artista barroco, que faz a gente ter alucinações em frente a um quadro sem usar nenhum tipo de psicotrópico – eu já achei que uma personagem dele saía da tela e agarrava a minha cabeça, e juro que estava sóbria (ou não…? será?).
As telas que a gente vai poder ver no Palácio são as seguintes: San Girolamo che scrive; San Francesco in meditazione; San Gennaro decollato o Sant’Agapito; Ritratto di cardinale; San Giovanni Battista che nutre l’Agnello; e Medusa Murtola. As duas últimas tiveram sua autenticidade comprovada recentemente e, junto com Ritratto di cardinale, nunca haviam saído da Itália.
Caravaggio é um cara difícil. Poucas pinturas dele sobreviveram até hoje, cerca de 70, e muitas delas não viajam nunca, porque estão em igrejas ou porque os museus não emprestam. Então a gente tem mais é que comemorar mesmo. Valeu, Dilma, continue assim!
Bora?
Caravaggio
De 6 a 14 de outubro
Visitação gratuita todos os dias, inclusive nos fins de semana, das 9h às 19h
Salão Leste do Palácio do Planalto
Imagem: San Girolamo Che Scrive
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Suellen Sá
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Núbia Gomes
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Aline Alonso