A nova literatura infantil é brasiliense

Em 11 de março de 2013 por Carolina Nogueira

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Na biblioteca do meu coração tem uma seção especial para os livros da minha infância. Difícil lembrar o nome de um personagem ou de quem escreveu o último livro que li – mas aqueles que me acompanharam nesse período mágico em que o mundo das letras deixaram de ser um mistério nunca vão se apagar da minha memória.

Marcelo Martelo Marmelo reivindicando novo nome pras coisas, o Menino Maluquinho abraçando o mundo com as pernas, a menina que era bem do meu tamanho, o cavalinho chorando no final da Árvore que fugiu do quintal… Literatura afetiva.

A julgar pelas pontas de gôndola das livrarias brasilienses, dá medo que nossos filhos não tenham essa mesma história para contar. A profusão de produtos derivados de desenhos animados e novelas é de fazer medo. Ah, indústria cultural, sua danada… Por que você esconde as pérolas e nos empurra o que há de pior?

Acontece que as pérolas estão mais próximas do que a gente pensa. Do que há de bacana sendo feito no Brasil em literatura infantil, uma parte bonita sai logo dali do Guará – da cabeça e das mãos do Tino Freitas, que escreveu alguns dos meus títulos favoritos da atual geração de livros de crianças.

Músico de formação, o Tino entrou nesse universo pela contação de histórias – com o lindo projeto do Roedores de Livros que ele desenvolveu junto com a querida Ana Paula. Sua capacidade de se comunicar com as crianças logo se tornou evidente – daí pra composição de histórias foi um pulo.

Temas profundos e uma abordagem sempre sábia – mas num texto tão leve e divertido que, se não fosse tão redondo e elegante, pareceria escrito por uma criança. É a impressão que fica quando a gente conhece o Tino: ali dentro tem uma criança que nunca cresceu. Que nunca se deixou conformar.

Da próxima vez que você for a uma livraria, não se deixe seduzir pela edição especial do livro do Ben 10 ou do Carrossel logo ali na entrada. Peça para descer todos os títulos do Tino Freitas. Olha com carinho pro “Quem quer brincar comigo?”, pro “Controle Remoto”, pro “Cadê o juízo do menino?”, pra delícia que é o “As crianças vão ficar doidas”.

E no mês que vem, se prepara. Chega às lojas a primeira edição de “Os Invisíveis” – um livro lindo e emocionante que eu tive a alegria de conhecer em primeira mão na semana passada e que já ocupa honrosamente a prateleira dos mais vendidos na biblioteca afetiva dos meus livros de infância.

Bora?
O site do Tino, com todas as lindezas dele, fica aqui.
E os livros dele estão em todas as livrarias.

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  • Lud T.

    Obrigada plea dica!!!
    Estava precisando de abrir minha mente e conhecer novos autores p apresentar à minha filha!!!

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  • Geórgia

    Para os pequenos até três anos, como o meu, “bichano” é diversão garantida! Excelente post, Carol!
    Beijo

  • Deyse

    Oi, conheço o Tino desde quando ele era Florentino e meu irmão quebrou seus óculos, isso é desde sempre… e por conhecê-lo sei o q ele já fez… mas moro em Recife e infelizmente nem todas as livrarias tem os livros dele… a primeira vez q procurei por um livro dele na Saraiva parecia q eu tava falando de um extra-terrestre… minha filha tem 2 exemplares dele, mas p comprar tive q encomendar, esperar chegar p depois saborear… mas p ler Tino Freitas vale a pena!!!

  • Aline Alonso

    Carol, tenho dois fãs do Tino Freitas lá em casa. E depois que ele foi à escola dos meninos para uma contação de histórias, eles chegaram a conclusão que o Tino era uma Ruth Rocha “masculino”… E vindo deles é um super/hiper elogio! Agora, vamos esperar “Os invisíveis”! bjs