O profundo orgulho que tenho de ter a Zuleika de Souza com a gente, fazendo a Zuzum aqui no Quadrado, se resume nessa imagem aí – a imagem dos nossos tempos. Não consigo olhar para ela sem pensar no fotojornalismo como missão de vida.

Já falei isso antes: passear pelo insta da Zuzu é perceber o mundo pelo olhar dela – um olhar atento às coincidências da vida, às combinações de cores que a vida faz, um olhar que vê formas e sentidos onde os meus olhos sequer se pousam. E quando se pousam, não se demoram. O que eu vejo e não enxergo, ela percebe – e, pra nossa sorte, registra.

Isso já faria dela uma excelente fotógrafa, mas a Zuzu é puro fotojornalismo. Às vezes tenho a impressão de que ela não vive apenas. Quando viaja para ver o filho ou quando vai ao aniversário de um amigo (é o que estava fazendo quando clicou o Fora, Temer) ela está onde tem que estar – está em missão fotojornalística. Que nem uma escoteira: sempre alerta.

O artista Oscar Fortunato – que além de serigrafista e artista visual me parece um poeta-ativista social contemporâneo, muito atento e comprometido com nosso tempo – se juntou à essa obra incrível e, hoje, os dois lançam juntos, no Objeto Encontrado, uma série limitadíssima desta grande foto da Zuzu, serigrafada por ele. Fortunato, aliás, faz este final de uma oficina de serigrafia na Oficina Ponto que me parece o programa mais convidativo dos próximos dias.

São dias estranhos, estamos desmobilizados demais, quando não deveríamos. Vamos nos encontrar, vamos ver essa imagem, vamos falar sobre ela – e sobre todo o resto.