A linha 165 do Jefferson Ivanicska

Em 15 de abril de 2013 por Carolina Nogueira

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Vocês lembram deste post aqui, não é?, que foi tão polêmico no blog quanto é na vida real. Quanto mais eu tento conversar sobre isso com alguns brasilienses, mais me chamam de patrulheira, metida à europeia ou falso-moralista – já que eu, como a maior parte da classe média, também recorro muito raramente ao transporte público.

Nem ligo. Continuo fazendo da maior utilização do transporte público uma bandeira. Só vejo vantagens: financeiras, de falta de stress, de ganho de tempo – em alguns casos, de tempo real, e em todos os casos, de tempo útil, já que no ônibus pode-se fazer milhões de coisas que não fazemos nos nossos veículos mono-ocupados, inclusive amigos.

Por isso, quando vi o Jefferson fazendo propaganda de seu novo meio de transporte, praticamente o intimei a escrever esse Meu Quadrado. O que ele fez de um jeito tão bacana e tão claro que nem vou editar nada. Publico na íntegra:

“Quando pisei em Brasília pela primeira vez, há 16 anos, percebi que era uma cidade muito diferente das que havia morado.

Tenho visto, no entanto, a cada dia que passa, a capital se parecer mais com as metrópoles do sudeste nos problemas e nas soluções deles – às vezes pioneiras, às vezes equivocadas.

No trânsito brasiliense por exemplo, achei de uma burrice extrema a adoção das faixas de ônibus – consagradas no Rio e em São Paulo – numa região tão carente de oferta de transporte coletivo . Os carros se espremem à esquerda, enquanto os coletivos pingam, de vez em quando, na faixa exclusiva. Nas paradas de ônibus, mendigos, cartazes descascados de publicidade e depredação, mas nenhuma, repito, nenhuma informação sobre linhas de ônibus.

Na contramão deste cenário é quase visionária a proposta da TCB de criar linhas executivas, para atender a quem pode mas não quer se arriscar andando nos lentos e sujos baús caindo aos pedaços.

Falo em causa própria da linha 165, que liga em trajetória circular o terminal do Cruzeiro, passando por Octogonal e Sudoeste, à Esplanada dos Ministérios.

São ônibus de 26 lugares, com internet e ar condicionado a bordo e passagem a 5 reais. Fazem o percurso em 35 minutos, em média. Impossível não compará-los aos “frescões”, do Rio de Janeiro, só que em versão menor. Daí o apelido “fesquinhos”, que já começa a pegar!

Circulam desde janeiro, mas motoristas e cobradores lamentam que ainda rodem quase vazios. Óbvio! Por falta absoluta de divulgação, muito pouca gente conhece…

Resta saber se os “fresquinhos”  terão o mesmo destino dos modorrentos “zebrinhas” ou se irão inspirar e inovar o transporte coletivo do DF. A mim já agradam, tanto que o meu quadrado… é circular – 165”.

Bora?
A linha sai do terminal do Cruzeiro, passa pelo HFA, passa em frente ao Terraço Shopping, pega a avenida principal do Sudoeste e segue para a Esplanada. O caminho de volta é o mesmo. Todos os usuários são unânimes em elogiar a pontualidade da linha, que passa pelas paradas rigorosamente a cada quinze minutos (quem mora nesta rota e trabalha na Esplanada, sinceramente, não pode continuar reclamando do transporte público de Brasília).
O site do GDF com itinerários e horários fica bem aqui.
A passagem desse circular de luxo custa R$ 5.