Eu hoje sou só perguntas. Passei o final de semana conversando com as pessoas, lendo reportagens, tentando entender este novo país que nasceu nos últimos dias: um Brasil que protesta. Um gigante acordado.
Eu, que sempre estive do lado dos indignados, que não me conformo com a corrupção, que quero um país mais justo, que vivo da liberdade de expressão, sou a mesma pessoa que conhece a política por dentro – que sabe que, especialmente num ano pré-eleitoral sui generis como o que vivemos, partidos políticos têm em seus quadros especialistas competentes demais em mobilização social, bons articuladores de manifestações e realizadores de vídeos emocionantes que viram virais de facebook.
Eu estou confusa. Eu sou só perguntas.
A quem interessa uma mobilização com uma pauta tão ampla? Que resultados podem ter manifestações assim? Quem está por trás de ônibus que transportam manifestantes e caminhões que levam pneus para serem queimados em passeatas? Por outro lado, como podemos nos calar quando é a liberdade de manifestação de ideias que está em jogo? Qual o nível real de liberdade deste tipo de protesto? Quem é livre? Quem é manipulado? Ficar calado, comentando o mundo lá fora pelo facebook, não é necessariamente o pior tipo de covardia?
Eu hoje sou milhares de perguntas – e só uma certeza: é proibido não pensar, é proibido não falar sobre este assunto.
Foto: Breno Rodrigues
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