Eu moro aqui desde sempre, mas devia ter uns vinte e cinco anos quando vi a beleza da arquitetura brasiliense pela primeira vez. Levava um amigo arquiteto para visitar a Praça dos Três Poderes e ele olhava maravilhado para os prédios, dizendo verdades que eu nunca tinha escutado.
“Esses prédios são esculturas gigantes”. “Isso é arte”. “Brasília faz do Brasil uma referência mundial em arquitetura”. “Brasília me dá orgulho”. Ele falava e meus olhos se abriam. Eu ouvia aquilo e via a catedral, o Congresso, a Igrejinha pela primeira vez. Via pela primeira vez as superquadras e os cobogós.
Quando a gente viaja por aí, visita as catedrais e os palácios reais como aulas de escolas artísticas, de estilos arquitetônicos. O estilo de cada prédio, de cada cidade, localiza a cidade e o país na História – e, não tem nada a ver com o assunto, mas é bem isso que faz de Berlim uma cidade tão impressionante, aquele oásis de modernidade num continente velho funciona pra mim como um estandarte da História alemã, da Europa e do mundo no século XX.
Brasília é assim, também. A gente não vê ainda, por hábito ou falta de distanciamento histórico – mas é.
Visitar os palácios brasilienses é visitar o modernismo – nas suas linhas simples, na sua beleza geométrica. O Palácio do Itamaraty é o melhor exemplo disso, na beleza da sua arquitetura e das obras de arte que abriga. Não é passeio cívico, não – é melhor que ir a uma galeria. É arte mesmo.
Bora?
Palácio do Itamaraty, Esplanada dos Ministérios
Horário das visitas guiadas aqui
-
Carolina Henriques
-
Carol
-
Tati Glam
-