Para se perguntar mais

Em 19 de junho de 2013 por Carolina Nogueira

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Confesso: estou até meio assim de falar com vocês de outra coisa. O planeta continua sua órbita, descobri um lugar incrível para comer quindins, tem uns shows bacanas rolando no final de semana, mas… depois de tudo isso, as coisas precisam de um novo contexto para valer, não acham? Vamos ficar aqui falando de quindins, enquanto o mundo muda lá fora?

A má notícia é que não cheguei a nenhuma conclusão brilhante desde segunda-feira. O mais perto que consegui encontrar de um consolo para isso veio da nossa leitora Cristina, nos comentários: quem não está confuso não está devidamente informado.

A boa é que, sem nenhuma pretensão de chegar a conclusões precisas, estou com fome e sede de saber mais sobre tudo isso. Mas não estou falando dos colunistas dos jornalões que mudam de opinião ao sabor do vento – nem muito menos dos 200 milhões de analistas políticos nascidos de ontem pra hoje no meu facebook.

Por sorte nossa, aquele festival de que falamos na semana passada tem uma mostra especial sobre os movimentos revolucionários recentes, e sobre esses acontecimentos indefiníveis todos. Vamos ficar de olho no Ocupa Wall Street – Ação Colaborativa, documentário coletivo de 99 cineastas norte-americanos, com sessões de amanhã a domingo, em horários variados. Outros filmes também podem valer a reflexão.

Ler, conversar com gente que pensa diferente da gente, fazer perguntas, se empolgar sem se deixar levar pela emoção fácil. Aproveitar a grande oportunidade para ir mais longe do que apenas mostrar ao mundo o quanto a gente fica lindo protestando.

Bora?
Festival Biff – Mostra Krisis
Sessões no Cine Cultura Liberty Mall
Programação completa do festival aqui.

  • Ricardo Cambraia

    “Não se apaixonem por si mesmos, nem pelo momento agradável que estamos tendo aqui. Carnavais custam muito pouco – o verdadeiro teste de seu valor é o que permanece no dia seguinte, ou a maneira como nossa vida normal e cotidiana será modificada. Apaixone-se pelo trabalho duro e paciente – somos o início, não o fim. Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.”

    Slavoj Žižek

    http://www.jornalggn.com.br/blog/sentimento-difuso-de-mal-estar-e-inconformacao