Madeira, tinta, papel, o inesperado e o amor

Em 04 de julho de 2012 por Carolina Nogueira

Todo ofício inspira uma certa poesia. No caso da xilogravura, ela tem a ver com um trabalho lento que a matéria viva da madeira exige do artista, a plasticidade do contato da tinta com a matriz e, principalmente, o inesperado do resultado da impressão no papel.

Uma mesma gravura pode render milhões de resultados diferentes. Quem se lança na aventura precisa estar preparado para passar horas – ou dias – diante de um pedacinho de madeira, calculando todas as possibilidades que os desenhos e as texturas podem oferecer. E o pior: fazer disso uma paixão irremediável.

Eu me apaixonei pela gravura há dois anos. Desde que voltei a Brasília, procuro um lugar para exercitar esse amor – sem saber direito onde procurar. Hoje, a Dani me falou do Xilomóvel, essa lindeza de ateliê inventado por artistas de Campinas, que rodam o país levando a delícia dessa arte a todo tipo de gente.

Esta semana eles estacionam em Brasília.

Ontem teve início um ateliê de formação de artistas multiplicadores – e uma exposição no Espaço Renato Russo, na 508 Sul. No final de semana, imperdíveis oficinas livres – sábado no Cobogó e domingo, em frente ao Museu Nacional.

Lindeza pura. Mas a quem se animar a conhecer de perto, já aviso: cuidado – vicia.

Bora?
Palestras: 5 e 9 de julho, 19h, IdA, UnB
Oficinas livres: 7 de julho, 10h às 13h, Cobogó, SCRN 704/705, Bl. E, lj. 51/56; 8 de julho, 10h às 13h, Museu Nacional da República, Setor Cultural Sul, lote 2.
Exposição: 3 a 12 de julho, Espaço Cultural Renato Russo, 508 Sul.
Mesa redonda: 10 de julho, 19h, Galeria Revisão da Gravura, SHIS QI 3, conj. 6 casa 6.
Curso de xilogravuras (inscrições encerradas): 3 a 10 de julho, Espaço Cultural Renato Russo, 508 Sul.