Sobre o que não pode acontecer

Em 06 de fevereiro de 2017 por Carolina Nogueira

dulcina

Vivemos tempos em que pelo menos uma vez por semana você reage com um “mas isso não pode acontecer” a alguma notícia que te chega aos ouvidos – para, em seguida, se dar conta de que o que não poderia acontecer aconteceu. Tem acontecido o que não poderia acontecer – e te admito isso assim, com todas as letras, não pra te desanimar, ao contrário. Porque isso só aumenta nossa responsabilidade. De denunciar, reclamar, participar e fazer parte.

Quarta-feira tem um ato no Conic porque querem vender o Dulcina.

Sim, o Dulcina – que no ano passado foi o epicentro da transformação da região central de Brasília. Foi o exemplo vivo e pulsante do que uma comunidade artística pode fazer. Da força de pessoas em torno de um ideal – o ideal de salvação, renovação e articulação deste que foi o primeiro curso de teatro desta cidade.

Bem mais do que evitar que o Dulcina fechasse as portas, a comunidade da Faculdade Dulcina de Moraes revitalizou e transformou seus espaços. Fez festas, convocou gente, fez brilhar o espaço. E agora, me vêm com essa: querem vender o Dulcina.

O problema, não sei se vocês sabem, é que o Dulcina é mal-assombrado. Ou bem-assombrado, se preferirem. Com aquela turma lá não dá pra mexer, não. Além dos espíritos, foram convocados artistas de todo tipo de manifestação cultural, do evidente teatro a músicos, grafiteiros, artistas plásticos. Agora estamos convocando você também.

Quarta-feira vai ter arte, abaixo-assinado, participação. A gente vai entender direitinho do que se trata a pressão contra este espaço único da cidade. E vamos tomar nossa posição nessa briga – em mais essa briga contra mais um desacontecimento.

Bora?

Brasília por Dulcina
Quarta, 8/2, meio-dia
Teatro Dulcina de Moraes
SDS, Ed. FBT